137 ucranianos morreram no primeiro dia de ataque russo

137 ucranianos morreram no primeiro dia de ataque russo

Ao contrário do que tinha sido avançado nas últimas horas, que teriam morrido 57 pessoas e 169 feridos — o Presidente ucraniano, Volodymyr Zelenskyy, revelou esta noite que morreram 137 ucranianos, entre soldados e civis, no primeiro dia de invasão russa.

Blinken prevê cerco de Kiev

O secretário de Estado norte-americano Anthony Blinken diz que a progressão das tropas russas em território ucraniano faz prever a preparação de um cerco à capital. Disse o chefe da diplomacia norte-americana: “Acreditamos que Vladimir Putin tem planos para infligir ao povo ucraniano atropelos em larga escala aos direitos humanos, ou algo pior ainda”.

Ao longo desta quinta-feira, a Rússia invadiu a Ucrânia por vias terrestre, marítima e aérea e lançou ataques em todas as cidades mais importantes do país, incluindo Kharkiv e os importantes portos de Mariupol e Odessa. Se o centro de Kiev foi para já poupado, o aeroporto de Hostomel, principal base da construtora aeronáutica Antonov, nas proximidades da capital, foi tomado depois de uma ofensiva de helicópteros russos e depois retomado pelas forças ucranianas, segundo está a ser noticiado por vários órgãos de comunicação do país.

A zona envolvente da central nuclear de Tchernobyl, palco do desastre trágico de 1986, maior acidente nuclear civil da História, está também sob controlo das forças russas, segundo o presidente ucraniano.

Zelenskyy decreta mobilização geral

O presidente ucraniano Volodymir Zelenskyy decretou a mobilização geral da população masculina de entre 18 e 60 anos, o que significa que todos os homens com esta idade estão impedidos de sair do país e devem estar prontos a juntar-se às forças armadas.

Líderes europeus aprovam sanções

Os líderes da União Europeia deram o aval a novas sanções contra a Rússia, que se estendem à Bielorrússia.

“O Conselho Europeu acordou, hoje, medidas restritivas adicionais que irão impor consequências graves e maciças à Rússia“, disseram os líderes nas conclusões adotadas durante a cimeira realizada esta quinta-feira, em Bruxelas.

As conclusões especificam que as sanções abrangem o setor financeiro, os setores da energia e dos transportes, os bens de dupla utilização, assim como o controlo das exportações e o financiamento das exportações ou a política de vistos.

Especificam, também, que a lista de indivíduos russos afetados pelas sanções da UE será alargada.

Biden anuncia sanções mas rejeita intervenção militar direta

Joe Biden anunciou novas sanções contra a Rússia e reforçar o dispositivo da NATO na Alemanha. O presidente dos Estados Unidos da América afirmou que Vladimir Putin “escolheu esta guerra” e que, por isso, o seu país iria suportar as consequências.

A Casa Branca vai “congelar o financiamento à Rússia”. As sanções recairão sobre mais quatro bancos russos que não forma incluídos nas primeiras penalizações – incluindo o VTB, um dos maiores bancos do país – oligarcas, empresas controladas pelo Estado e haverá um corte nas exportações de alta tecnologia. Biden sublinhou que as sanções foram pensadas de modo a não perturbar os mercados globais de energia. As exportações russas de petróleo e gás natural são fontes de energia vitais para a Europa.

O presidente ucraniano Volodymyr Zelensky pediu ao Ocidente para ir mais longe e cortar os russos do sistema SWIFT, uma rede financeira chave que liga milhares de bancos em todo o mundo.

A Casa Branca tem estado relutante em cortar de imediato a Rússia da rede SWIFT, preocupada com a possibilidade de causar enormes problemas económicos na Europa e em outros países.

Reunidos em Bruxelas, os líderes da União Europeia não devem decidir, esta quinta-feira, excluir a Rússia do sistema interbancário… A alguns Estados-membros preferem reservar para um conjunto posterior de sanções.

ONU liberta 20 milhões de dólares em ajuda humanitária para a Ucrânia

Organização das Nações Unidas libertou 20 milhões de dólares (o equivalente a 17,7 milhões de euros) em ajuda humanitária de emergência para a Ucrânia e países vizinhos. O anúncio foi feito pelo secretário-geral, António Guterres, que reiterou o apelo a Vladimir Putin para que cesse a ofensiva militar na Ucrânia.

Vladimir Putin classificou a invasão da Ucrânia uma “medida necessária” para garantir a segurança da Rússia, acrescentando que “não podia fazer outra coisa”. O chefe de Estado russo voltou a apontar o dedo à NATO, acusando a organização de se estar a expadir para leste desde o colapso da União Soviética e de colocar infraestruturas militares junto à fronteira russa.

Para Putin, em todos os locais onde o Ocidente tenta impor a sua ordem, o resultado é morte e destruição. Horas antes, já o governo russo tinha afirmado que a ofensiva não se destinava a começar uma nova guerra, mas sim a colocar um ponto final a uma guerra de oito anos no leste da Ucrânia.

propaganda russa não descansa na tentativa de desvalorizar a operação em curso, insistindo que os únicos alvos são militares, mas no terreno existem vários relatos de vítimas civis e em pleno território russo crescem as vozes de descontentamento. Várias celebridades condenaram já o ataque à Ucrânia e registaram-se várias manifestações contra a invasão da Ucrânia, que deram origem a cerca de 900 detenções.

O Kremlin nega teimosamente qualquer invasão mas o ministério da Defesa do Reino Unido revelou que as tropas russas estacionadas na Bielorrússia estão já a caminho de Kiev.

A situação na capital ucraniana complica-se e Volodymyr Zelensky já admitiu que as forças russas tinham tomado a base aérea de Antonov, a cerca de 30 quilómetros do centro de Kiev. No resto do país multiplicam-se os combates e, de acordo com o Presidente ucraniano, um dos pontos mais sensíveis encontra-se em Chernobyl.

O chefe de Estado ucraniano acusa as tropas russas de estarem a tentar ocupar a central nuclear, pelo que a Europa corre o risco de sofrer uma tragédia semelhante à ocorrida em 1986.

Apesar da ofensiva militar em curso, a Rússia ainda acredita no diálogo. Pelo menos a avaliar pelas palavras do Ministro dos Negócios Estrangeiros, Sergei Lavrov. O chefe da Diplomacia russa afirmou em comunicado que os países ocidentais não respeitavam a lei internacional e acusou a NATO de ter um “apetite pelo planeta inteiro” e de ser “responsável pela segurança mundial”.

Ainda assim, garantiu que a Rússia estava sempre “disponível para um diálogo que fizesse voltar a justiça e os princípios da Carta das Nações Unidas”. euronews

Já a Ucrânia apela aos países da União Europeia o envio para o país de sistemas de defesa militar terra-ar e antimísseis, assim como o recurso a “todos os meios” para afetar os satélites russos.

Numa lista de pedidos enviada para Bruxelas, horas antes de um decisivo Conselho Europeu, o governo de Kiev apela ainda às “restrições mais severas contra a Bielorrússia, que apoiou diretamente a invasão russa em larga escala”.

O documento apela ainda ao fim das licenças de programas informáticos para uso nos equipamentos militares e civis pela Rússia e Bielorrússia; para as autoridades europeias bloquearem ou interferirem com os sistemas russos de navegação por satélite ativos sobre o Mar Negro e o Mar de Azov.

secretário-geral da NATO considerou esta quinta-feira, em Bruxelas, que a Rússia lançou “uma guerra brutal” contra a Ucrânia e com isso “estilhaçou” apaz no continente europeu.

Pelas seis horas da manhã em Moscovo, três da manhã em Lisboa, o Presidente da Rússia ordenou uma ofensiva militar na região ucraniana do Donbass para alegadamente “desmilitarizar e desnazificar” o país vizinho, lê-se na agência russa TASS, mas a ofensiva foi afinal mais vasta e já fez dezenas de mortes civis.

A Polónia está a preparar um comboio médico para transportar os ucranianos feridos na sequência da ofensiva russa, anunciou o ministro da Saúde Adam Niedzielski, acrescentando estarem a ser preparados 120 hospitais onde as vítimas desta invasão podem receber assistência.

Jens Stoltenberg pediu uma cimeira urgente dos líderes da NATO nesta sexta-feira. A aliança atlântica aprovou o reforço dos recursos nos países membros mais a leste, perto da Ucrânia e da Rússia e ativou o plano de defesa do bloco.

Portugal, membro fundador, integra este ano as Forças de Reação Rápida da aliança atlântica e tem um dispositivo “com uma prontidão a cinco dias” para estarem às ordens do comando, se essa for a decisão do Conselho do Atlântico Norte.

A NATO anunciou para esta sexta-feira uma nova reunião, para a qual convidou os parceiros informais Suécia e Finlândia, e ainda a União Europeia, na qual deverá decidir novos passos a dar perante a ofensiva russa.

A ajuda será distribuída “de uma forma neutra e imparcial”. Estamos a ajudar as pessoas que precisam dele, não importa quem ou onde estejam”, disse.

António Guterres repetiu, ainda, que esta invasão “é um erro, contra a Carta” da ONU e “é inadmissível, mas não irreversível”.