O massacre de Srebrenica, uma das páginas mais negras da história da Europa do pós II Guerra Mundial, foi há 25 anos e nem a pandemia impede que se continue pedindo justiça.
Cerca de uma centena de pessoas foram autorizadas, esta quarta-feira, a iniciar a simbólica marcha pela paz, de dois dias, pelas florestas na Bósnia, em memória das vítimas.
A marcha conta habitualmente com milhares de participantes. Este ano, por causa da pandemia, só os sobrevivente foram autorizados a participar:
“Isto significa muito para mim, voltar aqui 25 anos mais tarde e ver onde andei em fuga, onde andaram os meus amigos, os meus familiares, o meu próprio irmão, então com 19 anos. Isto significa muito para mim. Deus nos livre que isto volte a acontecer a alguém”, diz Sabahudin Tutundic.
A marcha traça a rota seguida pelos muçulmanos bósnios enquanto fugiam da cidade bósnia oriental de Srebrenica, após a tomada da cidade pelos sérvios bósnios durante a guerra na década de 1990.
Mais de 8.000 homens e rapazes foram mortos dentro e à volta do enclave protegido pela ONU em Julho de 1995.
Embora o massacre tenha sido classificado como genocídio por tribunais internacionais, muitos sérvios da Bósnia ainda negam que o pior tipo de crime tenha acontecido.
Nas redes sociais, a data é assinalada por muitos e o acontecimento ainda alimenta discussões.
Até à data, os restos mortais de mais de 6.600 pessoas foram encontrados e enterrados num centro memorial perto de Srebrenica. Este sábado serão ali sepultados os restos mortais de mais 8 vítimas, por ocasião do 25° aniversário do massacre.
Veja ainda:
Associação Italiana ADL Zavidovici Direitos para todos organiza todos os anos confêrencia para releembrar o que o povo Bosniaco sofreu em 1995, através de histórias contadas em primeira pessoa e vídeos que mostram o verdadeiro masacre que a população viveu e que até os dias de hoje não tem Justiça.
Em 2012 através do Telejornal Multietnico da RTB Network participamos de um encontro promovido pela Associação e aberto a toda população.
Reportagem:Ligiane Ciola
José Carlos Leonel – Itália 2012