Uma manifestação articulada por uma comissão do Conselho Universitário (CU) da UEL, direção, servidores e docentes do Hospital Regional do Norte do Paraná (HU) marcou mais um dia das mobilizações pela retirada de tramitação em caráter de urgência do Projeto de Lei 522/2022, que poderá avançar ainda nesta semana na Assembleia Legislativa do Paraná (Alep).
A luta dos profissionais de saúde pela realização de um debate mais amplo sobre o futuro dos Hospitais Universitários do estado contou com o apoio da população, de estudantes da área da Saúde e de entidades da sociedade civil organizada nesta terça-feira (6), em frente ao Pronto Socorro do HU.
Enquanto a mobilização foi realizada em Londrina, a reitora da UEL, Marta Favaro, o vice-reitor, Airton Petris, e a diretora superintendente do Hospital Universitário, Vivian Feijó, estiveram reunidos com deputados estaduais em Curitiba, solicitando apoio na luta pela manutenção da autonomia administrativa do hospital.
Presente no ato, a diretora administrativa do HU, Daiane Cardoso, reforçou a preocupação da comunidade universitária ao apontar diversas dúvidas trazidas com o projeto de lei protocolado na Alep na semana passada. “Como a proposta veio na quinta-feira, em um formato de projeto de lei e sem que tivéssemos conversado, não temos respostas para muitas perguntas. É isso que estamos questionando: como se dará o ensino, como se dará a gestão administrativa, a quem o hospital vai estar ligado diretamente dando respostas com relação às demandas da população de mais de 90 municípios, ou seja, duas milhões de pessoas?”
No mesmo sentido, a presidente do Conselho Municipal de Saúde de Londrina (CMS), Rita de Cássia Domansky, explicou que experiências de terceirização da gestão de hospitais que atendem pelo Sistema Único de Saúde (SUS) têm se mostrado incapazes de atender à população com a mesma qualidade. Desta forma, o próprio Hospital Universitário passou a prestar ainda mais apoio aos pacientes encaminhados por outras unidades de Londrina. “Hoje, o HU é maravilhoso em termos assistenciais. Quem vem aqui e precisa ser atendido, não é mandado para outro lugar, ele é atendido aqui. O seu problema é resolvido aqui. Então, como vamos ter uma gestão terceirizada de pessoas que não participam desta comunidade?”, questionou.
Também estiveram presentes no ato público membros do Conselho Universitário da UEL, da Associação de Ex-alunos da UEL – Alumni, da Câmara Municipal de Londrina e da sociedade civil organizada.