O negócio é o seguinte: 2022 foi mesmo um ano difícil para o emocional de todo mundo. Nele começamos a sair de uma tragédia chamada pandemia e entramos em outra que atende pelo nome de processo eleitoral.
Sem querer falar de polítca, mas já falando, há certas tradições que deveriam perder força diante do avanço das tecnologias. Essa coisa de parar o país para assistir Copa do Mundo é algo que atrapalha e muito. Prefeituras e serviços públicos que param num jogo como Brasil e Camarões, partida que não valia nada, tanto que o Brasil passou às quartas e hoje, 9, contra a Croácia perdeu de novo.
No jogo com Camarões o país composto por pequenos empresários também foi obrigado a parar e muitos como meu barbeiro, também parou e como essa tradição é meio uma religião, ele nem reclamou e se adaptou.
Toda a correria do dia a dia me fez perder a gestão do tempo e há dois meses tento marcar um horário para cortar os cabelos, e não consigo. Ontem, 8, liguei para meu amigo barbeiro e perguntei a ele se teria horário para terça-feira, 13 pela manhã.
– Não tenho mais horários pela manhã. Na terça só vou atender a tarde, me disse o profissional ao qual confio meus cabelos, já que aos 55 ainda os tenho.
– Por que não atende, quis saber do amigo barbeiro.
– Na terça tem a semifinal e o Brasil deve jogar contra a Argentina ou a Holanda.
– Eu disse, “Ué, mas antes tem que bater a Croácia.
– E ele me disse, “tá no papo”.
– Tá bom, respondi cabeludo da vida, já que se não conseguirei cortar na terça, vou ter que mudar de barbeiro, porque não dá mais para sair por aí assim, e nem é culpa dele.
Nos saudamos e desliguei.
Hoje à tarde o barbeiro me ligou.
– Você ainda quer cortar seus cabelos na terça a tarde ?
– “Sim, sim, pode ser as 9h”, respondi aliviado,
Meu barbeiro vai ganhar Trintão a mais na terça.
É o Brasil nas finais.