Nascida em 01/05/1928 em San Constantino, distrito do município de Rivello, localizado na província de Potenza, região de Basilicata, no sul da Itália, Maria Concetta era farmacêutica e foi professora do ensino médio em Sapri, cidade litorânea situada próxima à sua cidade natal.
Maria Concetta sempre visitava seu irmão Lúcio Filizzola que residia em Maringá desde 1960. Católica fervorosa foi apresentada a D. Jaime Luiz Coelho, 1º Bispo e 1º Arcebispo de Maringá.
Foi através de D. Jaime que Maria Concetta conheceu o Núcleo Social Papa João XXIII. Encantada com a obra de promoção humana de Maringá disponibilizou recursos financeiros para a construção de uma casa na entidade, inaugurada em março de 1996 em memória de sua irmã Lea Filizzola, falecida naquele ano.
Maria Concetta também colaborou com o Lar Escola da Criança de Maringá onde prestava solidariedade às crianças e jovens atendidos por aquela pioneira instituição maringaense. Foram aproximadamente 15 anos de apoio durante as décadas de 1990 e 2000. Sua atuação foi sempre marcante, realizada com dignidade, dedicação, empenho, responsabilidade e doação.
No Lar Escola, Maria Concetta apadrinhou crianças e jovens e também visitou famílias atendidas pela entidade nas cidades de Maringá e Presidente Castelo Branco. Como voluntária, desenvolveu ações de apoio e pastorais e liderou a arrecadação de recursos financeiros e materiais junto a benfeitores e colaboradores.
No final da década de 1990, a Maria Concetta, de profunda vida cristã, comunicou a D. Murilo Sebastião Ramos Krieger, 2º Arcebispo de Maringá, o desejo de construir uma obra de socorro a jovens que, ao engravidarem, sem estrutura para isso, tornavam-se vítimas de rejeição e preconceito.
Com dinheiro próprio e colaboração de fiéis católicos da Ordem Franciscana Secular Italiana das regiões de Basilicata e Campania, no sul da Itália, principalmente das paróquias de San Costantino di Rivello, Lagonegro, Potenza, Lauria, Sapri, Scario e Eboli, e também de Maringá, reuniu a quase totalidade dos recursos necessários à construção. O terreno foi obtido por doação da Prefeitura do Município de Maringá.
Terminada a obra, ainda que seus objetivos originais não coincidissem inteiramente com os da Casa de Nazaré, Maria Concetta concordou em ceder-lhe as novas instalações, na Rua Rio Samambaia, nº 1161, no Conjunto Itaparica. Em sua nova versão e endereço, a Casa de Nazaré foi inaugurada no dia 04/08/2000, com o objetivo de auxiliar mulheres acima de 16 anos, dependentes de substância psicoativas, sendo grávidas ou não, visando sua recuperação e reintegração na sociedade e no ambiente familiar.
Maria Concetta também colaborou com a Associação Indigenista de Maringá – Assindi angariando recursos financeiros na Itália e repassando à entidade para a construção da Casa São Francisco de Assis, inaugurada em dezembro de 2004. A Assindi é uma entidade que colabora para a redução das desigualdades sociais e econômicas dos indígenas artesãos e indígenas universitários, promovendo a ampliação do acesso aos direitos socioassistenciais e a promoção da cidadania daquela população.
Em março de 2013, Maria Concetta destinou recursos financeiros para a construção de mais uma casa no Núcleo Social Papa João XXIII, destinada a acolher famílias sem teto e com filhos pequenos, através do Programa “Restauração do Vínculo Familiar e Sócio Educação” desenvolvido pela entidade. A casa foi inaugurada 06/12/2014 em memória de seu irmão Lúcio Filizzola, falecido em Maringá no dia 07/07/2012.
Maria Concetta viveu sua velhice em Sapri, na província de Salerno, região de Campania, no sul da Itália, cercada dos amigos.
O funeral de Maria Concetta será realizado às 16 horas de amanhã, dia 12/05/2023, na Igreja de São José em San Constantino di Rivello, cidade natal de Maria Concetta.
Maria Concetta era solteira, sem filhos. Deixou a cunhada Maria Cárita Rocha Lima Filizzola e as sobrinhas Maria Assunta Giovanna Filizzola e Luciana Filizzola.
A comunidade maringaense e principalmente o Núcleo Social Papa João XXIII serão sempre muito gratos a Maria Concetta, porque sabem que o bem que ela fez não passa jamais, já que ele se torna parte da história de vida das pessoas que são atingidas por esse amor cristão que tanto transforma.
Por Marco Antonio Deprá – Memorialista