Uma vez por ano, o planeta entra numa trajetória de “défice ecológico“, o que, na prática, quer dizer que a humanidade consumiu todos os recursos naturais que o planeta tem para oferecer, num ano.
Em 2023 a data chegou um pouco mais tarde, a 2 de agosto, em comparação com a data de 28 de julho, no ano passado.
Mas isso não significa que a ameaça desapareceu. Revela, antes, de forma alarmante, que hoje esgotámos os recursos que o planeta consegue renovar de forma orgânica e começamos a gastar o que só deveríamos utilizar a partir do início do ano que vem.
Dito de outra forma, acionámos um “cartão de crédito ambiental” e a dívida só tem tendência a aumentar.
Todos os anos, a Global Footprint Network faz os cálculos e estima a chegada deste dia nefasto.
Mede a velocidade a que as colheitas, gado, peixe e produtos florestais se estão esgotar e a dívida é cada vez maior.
“Assinalamos uma série de datas durante o ano, o Natal, feriados nacionais, etc. Provavelmente o mais significativo é o Dia da Sobrecarga da Terra, porque reflete uma realidade, não é apenas um dia artificial. Podemos calcular quanto pode ser regenerado em um determinado país e depois somar ao mundo. Também podemos calcular pelo lado do consumo, perceber quanto é que está a ser consumido em cada país”, explicou Mathis Wackernagel, cofundador da organização.
Para reverter a tendência, os ativistas dizem que a humanidade precisa eliminar gradualmente o consumo de combustíveis fósseis, para ontem.
E não são só os governos que são chamados a desempenhar um papel. A rede Global Footprint diz que com 8 mil milhões de pessoas no planeta, todos nós podemos ajudar a reduzir o nosso consumo individual de recursos preciosos. Euro News