É anunciada como uma revolução silenciosa orquestrada internamente pelo Papa Francisco. O Sínodo, ou assembleia deliberativa da Igreja Católica, que começa esta quarta-feira no Vaticano quebra os moldes da tradição ao dar voz e voto às mulheres, um setor da Igreja historicamente relegado para segundo plano e que espera muito da nomeação.
“Existem 700 milhões de mulheres católicas em todo o mundo. E então é hora de a Igreja realmente ouvi-las. E o que ouvimos ao longo do processo sinodal é que eles querem servir a Igreja. As mulheres querem ser iguais,” considera a Diretora Executiva da Conferência de Ordenação de Mulheres, Kate McElwee.
Apenas 54 mulheres das 464 participantes no Sínodo terão direito de voto, mas trazem reivindicações de todo o planeta.
“Elas querem ter melhores posições de liderança, querem que as suas vozes sejam ouvidas, não apenas na tomada de decisões, mas também durante o processo que levam à tomada de decisões, as mulheres querem fazer parte disso,” explica a Secretária da Comissão de Informações do Sínodo dos Bispos, Sheila Pires.
As mulheres vão participar nos debates e vão votar no documento final, algo até agora reservado aos prelados. Diz-se que alguns não gostaram desta abertura.
“É preciso tanto uma mudança de cultura, de mentalidade, é uma questão de atitude, de educação e não é fácil,” revela a Subsecretária do Sínodo sobre Sinodalidade, Irmã Nathalie Becquart.
Por decisão do Papa, participarão também representantes leigos de diversos setores da sociedade. Um jesuíta próximo da comunidade LGBT e um ativista de uma ONG que resgata migrantes no Mediterrâneo. euro news