Hoje encerra-se o Ano Litúrgico A, em que fomos acompanhados pelo evangelista Mateus. Abre-se, com o tempo do Advento, o portal de entrada para o novo Ano Litúrgico B. O evangelista Marcos, será o nosso companheiro, desde o primeiro domingo do Advento. Só em Mateus, encontramos este solene fecho do evangelho, a passagem do julgamento final de todos os povos, diante de Jesus, o Filho do Homem, vindo em sua glória, acompanhado de todos os anjos e sentando-se no seu trono glorioso (Mt 25, 31-46).
O julgamento será de todos os povos, não só dos judeus que o escutavam, nem dos cristãos que serão seus seguidores, mas de todos, ou seja, de todas as mulheres e homens, não importando a que raça ou religião pertençam ou da fé ou descrença, que possa habitar seus corações. O Juiz irá separar os bons dos maus, as ovelhas dos cabritos. O critério não serão nossas palavras, ou mesmo a fé que professamos, mas sim nossas ações bem concretas, que sigam ou não o preceito capital do amor ao próximo. A sentença será proferida sob a forma de bênção ou de maldição. Para os benditos, estará destinada a herança preparada pelo Pai, desde a criação do mundo, o seu o Reino: “pois tive fome e me destes de comer, tive sede e me destes de comer, era migrante e me acolhestes, estava nu e me vestistes, estava enfermo e me visitastes, estava encarcerado e fostes ver-me” (25, 35-36). A surpresa será geral, tanto para crentes, como para não crentes, com a pergunta que não quer calar: — Quando te vimos, Senhor, com fome, sede, migrante, nu, enfermo ou encarcerado? “Eu vos asseguro”, responde o Rei: “que todas as vezes que fizestes isso a um dos menores de meus irmãos, a mim o fizestes” (25, 40).