Nessa terça-feira (26), a comitiva do G20 que participa de reuniões de trabalho em Foz do Iguaçu (PR) foi recebida no Mirante Central da Usina de Itaipu para o evento de abertura do encontro. Durante a semana, as delegações participam de debates do Grupo de Trabalho de Infraestrutura (IWG), da Trilha de Finanças do G20. Foi o primeiro de quatro encontros na cidade.
Segundo o subsecretário de Finanças Internacionais e Cooperação Econômica do Ministério da Fazenda, Antônio Freitas, a escolha de Foz do Iguaçu como sede para uma das reuniões do G20 representa um reconhecimento da relevância da região onde a usina está inserida. “O grupo de infraestrutura está discutindo quatro grandes prioridades: infraestrutura de pobreza; infraestrutura resiliente à mudança do clima; mitigação de risco cambial para investimentos em infraestrutura; e mobilização de recursos para projetos transfronteiriços. Acreditamos que a Itaipu, pelo porte, pela pujança e pela importância, se conecta bem com essas quatro grandes prioridades”, destacou. Para ele, a Binacional é um exemplo de cooperação entre países que pode ser levado para o mundo.
Durante o evento com autoridades, o diretor-geral brasileiro da Itaipu Binacional, Enio Verri, ressaltou a importância das reuniões dos 20 países mais ricos do planeta para proporcionar mudanças fundamentais em diferentes áreas. “Esses encontros vão abordar temas como a transição na área de combustíveis, energia e consumo, além da crise climática. Trazer essas pautas para a Itaipu é uma forma de mostrar que a empresa está alinhada com esses temas, especialmente a transição energética”, explicou.
De acordo com Verri, o lema adotado pelo Brasil no G20, “Construindo um Mundo Justo e um Planeta Sustentável”, se encaixa perfeitamente nas políticas da empresa. “Nossas ações na área ambiental, social e nas políticas de distribuição de renda são absolutamente casadas com esse projeto e com essa concepção”, afirmou.
Sobre o G20
O G20 (Grupo dos 20) é um fórum internacional de cooperação econômica estabelecido em 1999. Ele reúne 19 países, a União Europeia e a União Africana, abrangendo nações desenvolvidas e emergentes. O G20 não é um bloco econômico formal, mas sim um grupo dedicado ao diálogo sobre questões-chave relacionadas à estabilidade econômica global. A presidência do G20 é rotativa e esse ano foi assumida pelo Brasil.
Fazem parte oficialmente: África do Sul, Alemanha, Arábia Saudita, Argentina, Austrália, Brasil, Canadá, China, Coreia do Sul, Estados Unidos, França, Índia, Indonésia, Itália, Japão, México, Reino Unido, Rússia e Turquia, além da União Africana e da União Europeia. Países e organizações internacionais convidadas pelo anfitrião também participam das reuniões.
O G20 opera distintamente em comparação aos organismos internacionais tradicionais, com duas abordagens principais: a Trilha de Finanças e a Trilha de Sherpas. A Trilha de Finanças é liderada pelos ministros das Finanças e pelos presidentes dos bancos centrais dos países do grupo, que se reúnem pelo menos quatro vezes por ano (duas delas em paralelo às reuniões gerais do Banco Mundial e do FMI). Os sherpas, que lideram a outra trilha, são os representantes pessoais dos líderes do G20, responsáveis por supervisionar as negociações, discutir os pontos que compõem a agenda da cúpula e coordenar a maior parte do trabalho.
A Trilha de Sherpas consiste em 15 grupos de trabalho, duas forças-tarefa (uma para o Lançamento de uma Aliança Global contra a Fome e a Pobreza e outra para a Mobilização Global contra a Mudança do Clima) e uma Iniciativa sobre Bioeconomia. Os grupos de trabalho são: Agricultura, Anticorrupção, Cultura, Desenvolvimento, Economia Digital, Redução do Risco de Desastres, Educação, Emprego, Transições Energéticas, Sustentabilidade Climática e Ambiental, Saúde, Turismo, Comércio e Investimentos, Empoderamento das Mulheres e Pesquisa e Inovação.
Na Trilha de Finanças, os ministros da área e dirigentes dos bancos centrais tratam de nove grupos técnicos: Economia Global, Arquitetura Financeira Internacional, Infraestrutura, Finanças Sustentáveis, Finanças e Saúde, Tributação Internacional, Inclusão Financeira, Força Tarefa G20 para África e Assuntos do Setor Financeiro.
Brasil no G20
A presidência do Brasil no G20 representa um momento histórico e emblemático na retomada do protagonismo do País no cenário internacional. Durante este período, serão discutidos assuntos prioritários do atual governo brasileiro, incluindo o combate à fome, pobreza e desigualdade, as três dimensões do desenvolvimento sustentável (econômica, social e ambiental) e a reforma da governança global.
ASC/ITAIPU