Uma nuvem de insetos chamou a atenção de quem trafegava pela PR-407 entre Pontal do Paraná e Paranaguá na manhã deste domingo (27). A cena se verificou entre os kms 13 e 16 e a imagem acima foi divulgada pela concessionária EPR Litoral Pioneiro, que avisou os motoristas a dirigirem com atenção.
O jornalista Luiz Michelin Junior, do site e página do Facebook “Acontece em Pontal”, conversou com uma bióloga e informou que se tratava de um “panapaná”, “palavra de origem tupi para ‘muitas borboletas juntas’, principalmente as que estão em migração”. Também é usada para uma única borboleta. “É um fenômeno natural”, explicou o veículo. Leia a publicação:
A migração de borboletas ocorre quando o clima começa a esfriar e elas buscam lugares mais quentes para se alimentar, já que tantas plantas estão verdes e oferecem alimentos para elas.
“Em alguns locais temos essa explosão populacional porque a quantidade que está surgindo é maior do que os predadores podem consumir. É muito comum, acontece bastante em épocas chuvosas com aumento da temperatura, que ajudam na proliferação das borboletas. Neste momento elas migram para se reproduzir, assim como outros insetos e animais o fazem”, explica a bióloga e mestre em Desenvolvimento Territorial Sustentável da UFPR (Universidade Federal do Paraná), Deborah Zonatto.
Panapaná pode ser observado até março
Ela também nos conta que a reprodução segue até o mês de março: “As borboletas estão em alta em função da chuva. Elas têm um relógio biológico que faz com que a capacidade reprodutiva se amplie nesta época. Significa que o fenômeno vai durar até meados de março, quando as chuvas começam a diminuir. Os recursos para elas diminuem, mas enquanto permanecer o período chuvoso, vamos ter essas grandes populações”, disse a bióloga.
O que fazer nestes casos?
Como as borboletas são insetos que são benéficos para o ecossistema e não criaturas “invasoras” ou “pragas”, como muita gente pensa, a bióloga Deborah Zonatto explica como agirmos corretamente:
“Não há motivo para se preocupar, apenas assistir a este “espetáculo da natureza” e deixarmos elas seguirem seu rumo, sem prejudicá-las de forma alguma. Se estiverem na estrada como neste caso da PR-407, basta redobrar a atenção e esperar as borboletas se afastarem”, conclui a bióloga.