Na Liturgia desta segunda-feira, 1ª Semana do Advento, na 1ª Leitura (Is 2,1-5), vemos que o Tempo do Advento se abre com a alegria da proclamação de que a salvação é dada a todos. O profeta move-se pela fé na eleição do seu povo por parte de Deus, no futuro, os povos pagãos se dirigirão a Jerusalém para participar da Aliança, e então haverá paz definitiva. A paz é imaginada pelo profeta como transformação total em Israel e no relacionamento entre as nações. Os instrumentos de destruição serão transformados em instrumentos que produzem vida. Um cristão é por vocação testemunha da paz.
No Evangelho (Mt 8,5-11), vemos que a salvação é dom de Deus para todos aqueles que se abrem e respondem a esse dom. Jesus nos mostra que as fronteiras do Reino vão muito além do mundo estreito da pertença a uma origem privilegiada. O importante é a fé na palavra libertadora de Jesus. Mesmo pertencendo ao grupo dos que se consideram salvos, se não houver essa fé, também não haverá possibilidade de entrar no Reino de Deus. O oficial romano, aqui do texto, era ‘temente a Deus’, isto é, simpatizante do judaísmo, embora não pertencesse oficialmente aos seus quadros religiosos. Muitas vezes, pode-se encontrar mais fé e solidariedade em pessoas que não pertencem a uma instituição religiosa do que entre aqueles que dela fazem parte.
O cristão deve fazer a diferença no universo. Não podemos ser indiferentes frente a tantos desafios e injustiças, principalmente, contra os que mais precisam e são os fragilizados da sociedade. Se mantivermos tal mentalidade em nossa Igreja, não precisaremos de inimigos e pouco falaremos ao mundo. Foi vendo a falta de testemunho de algumas dessas pessoas que Mahatma Gandhi dizia: “Amo o Cristo, mas não admiro o modo como vivem os cristãos.”
Boa reflexão e que possamos produzir muitos frutos para o Reino de Deus.
Pe. Leomar Antonio Montagna
Presbítero da Arquidiocese de Maringá-PR
Pároco da Paróquia Nossa Senhora das Graças, Sarandi-PR