Na noite de quinta-feira, pelo menos 30 pessoas foram mortas em um ataque israelense em Gaza, segundo agências de notícias.
A porta-voz da Agência da ONU de Assistência aos Refugiados Palestinos, Unrwa, declarou que as imagens da cena são “absolutamente horríveis”.
Situação “totalmente repugnante”
Louise Wateridge descreveu “pais procurando por seus filhos e crianças cobertas de poeira e sangue, procurando pelos pais” e citou relatos de pessoas ainda soterradas sob os escombros.
Falando de Nuseirat, no centro de Gaza, ela definiu a situação como “totalmente repugnante”, afirmando que a dor e o sofrimento diários tornaram-se a norma para os palestinos que vivem no enclave.
Os ataques ocorreram apenas um dia depois de a Assembleia Geral da ONU ter aprovado uma resolução exigindo um cessar-fogo imediato, incondicional e permanente em Gaza.
Falta de comida e saques de caminhões de ajuda
A representante da Unrwa também alertou para a falta de comida, ressaltando que as pessoas estão sobrevivendo com “pão, lentilhas e comida em lata”.
Ela disse que as famílias não estão obtendo os nutrientes que necessitam em termos de frutas e vegetais, com efeitos graves na saúde da população. Apenas nos últimos quatro meses, quase 19 mil crianças foram hospitalizadas devido à desnutrição aguda.
Wateridge, destacou que na quinta-feira apenas um caminhão de um comboio de 70 veículos que transportavam alimentos, kits de higiene e barracas chegou ao destino final.
Os demais foram obstruídos por saques e riscos de segurança. A Unrwa continua procurando rotas seguras para a distribuição de ajuda. Muito poucos suprimentos de ajuda estão atualmente chegando no norte de Gaza sitiado.
Escassez de itens médicos
Segundo a porta-voz da Unrwa, as pessoas na região estão comendo qualquer coisa que encontram ou se alimentando com ração animal.
Nos hospitais de Gaza, os profissionais médicos afirmam que muitos pacientes estão morrendo de doenças tratáveis, pois os medicamentos ou equipamentos necessários não estão disponíveis.
Wateridge citou, por exemplo, os baixos estoques de insulina para pessoas com diabetes e a falta de seringas, pois estes itens foram impedidos de entrar em Gaza. Ela também revelou que bebês prematuros estão morrendo em um ritmo alarmante devido à falta de ventilação, nutrição e outros suprimentos. ONU NEWS