O Conselho de Ensino, Pesquisa e Extensão da UFPR (Cepe) da Universidade Federal do Paraná (UFPR) aprovou nesta quarta-feira (20) o adiamento do Vestibular 2020/2021 devido às condições decorrentes da pandemia de covid-19. Antes prevista para 18 de outubro deste ano, a data da prova objetiva do vestibular (primeira fase) fica agendada para 10 de janeiro de 2021.
O conselho decidiu ainda, seguindo a proposta do Núcleo de Concursos, estabelecer o dia 10 de agosto como data máxima para confirmar ou postergar a nova data, de acordo com a evolução da pandemia. Outras datas referentes ao processo serão divulgadas posteriormente.
A decisão segue as recomendações do Plano de Contingência Nacional para Infecção Humana pelo Novo Coronavírus do Ministério da Saúde e de plano definido em sequência pela Secretaria Estadual de Saúde do Governo do Estado do Paraná, que também decidiu, no dia 16 de março de 2020, suspender eventos abertos ao público, de qualquer natureza, com aglomeração acima de 50 pessoas.
O relator da proposta e coordenador do Núcleo de Concursos da UFPR, Altair Pivovar, apresentou diversas razões para o adiamento, sem o qual haveria risco de contaminação para os candidatos e para os aplicadores de provas. Para cumprir as medidas de afastamento seriam necessários dobrar o número de salas de 800 para 1600 que comportem 25 candidatos cada, em vez de 50 em uma situação normal, além disso, o montante de pessoal para aplicação por sala deveria ser de 25, o que mobilizaria ainda mais pessoas, trazendo mais riscos.
O transporte de candidatos, que vêm de diversas regiões e têm de circular por aeroportos e rodoviárias também foi citado, o que contraria as recomendações das autoridades de saúde.
Análise
Durante o Cepe a comissão criada pela universidade para acompanhamento e controle de propagação do novo coronavírus apresentou nova nota técnica em que avalia a situação da pandemia no Paraná.
A nota alerta para o aumento do número de novos casos diários, com o consequente crescimento da taxa de ocupação de leitos hospitalares no período verificado (entre fim de abril e início de maio). De acordo com a comissão, contribuíram para esse retrocesso (em relação ao achatamento da curva de transmissão verificado na nota técnica anterior) o aumento da mobilidade social e a diminuição do distanciamento social.
Considerando que as projeções futuras da Covid-19 no Brasil indicam “um número alto de novos casos devem ocorrer pelos menos até agosto”, a comissão avalia que a testagem da população deve ser um fator considerado para ampliar a eficiência do distanciamento social. Os exames aptos ao monitoramento da população nessa estratégia são os para detecção do vírus e testes imunológicos.
Isso é necessário, apontam os pesquisadores, frente à projeção de que apenas vacina apropriada encurtaria o período de alta circulação do vírus.
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