Neste Dia Mundial do Doador de Medula Óssea (19), conheça a história de amor ao próximo envolvendo as jovens Myrian e Tamara, que no próximo 12 de outubro completarão sete anos de vitória, de transplante de medula óssea. O ato solidário de Myrian, que despretensiosamente havia se cadastrado no Hemocentro Regional de Maringá, da Universidade Estadual de Maringá (UEM), salvou Tamara. Hoje amigas, levantam a bandeira da doação!
“O sentimento que tenho pela Myrian é de amor, de gratidão. Sou muito grata a ela, o resto da vida. Ela se dispôs sem saber a quem, e não salvou só a minha vida, mas salvou a vida de todas as pessoas que estavam ao meu redor e que sofreram muito comigo. Através da Myrian descobri que posso acreditar em um mundo melhor”, agradece Tamara Ferreira Soares Rolim, 29, vendedora em Ivinhema (MS). “Doem sangue, doem medula”, completa.
Myrian Yasmin Rodrigues Hipólito de Carvalho, 28, é escrevente juramentada, mora em Maringá (PR) e se formou em Letras pela UEM. Em novembro de 2012, incentivada por sua mãe, fez o cadastro como doadora de medula no Hemocentro, tendo seus dados armazenados no Registro Nacional de Doadores Voluntários de Medula Óssea (Redome). Surpreendentemente, após somente seis meses recebeu a notícia de que poderia ter compatibilidade com um paciente. É algo raro, já que a compatibilidade varia de 1 para 100 mil a 1 para 1 milhão. “Nem imaginava que seria chamada um dia”, relembra.
A paciente era Tamara, que sofria de anemia aplástica e na época não havia conseguido doador de medula compatível na família. Ela, que morava em Felizardo Vieira, distrito de Ipaumirim (CE), descobriu que estava doente em 2012, chegando a ficar internada por meses. “O ano de 2013 foi de muita luta para mim e todas as pessoas que tinham contato comigo. Eu ia toda semana para Fortaleza, a 450 km de onde eu morava, e ficava o dia inteiro no hospital. Tomei mais de cem bolsas de sangue! Estava bastante debilitada quando soube que possivelmente tinha conseguido um doador de medula óssea”.
Como a compatibilidade entre ambas foi confirmada e uma bateria de exames demonstrava que Myrian estava saudável, o transplante foi marcado para 12 de outubro de 2013, em Natal (RN), no Natal Hospital Center. “O que me motivou a doar é o número de pessoas que tentam achar essa possível esperança, que muitas vezes é a última tentativa de conseguir se recuperar”, diz Myrian, que estimula que mais pessoas se voluntariem e se tornem candidatos à doação, um procedimento médico que ela reforça ser totalmente seguro. “Foi um momento marcante, de muita alegria, porque eu estava ‘morta’, eu não conseguia respirar direito, não conseguia me levantar. Senti que Deus estava me dando a vida a partir daquele momento”, declara Tamara.
Por ser católica, Myrian acredita que não foi coincidência o transplante ter ocorrido no Dia de Nossa Senhora Aparecida. “Trouxe um significado especial para mim, foi uma data que me chamou muito a atenção. Inclusive, depois fui ao Santuário Nacional de Nossa Senhora Aparecida”, conta a doadora. Também Dia das Crianças, o 12 de outubro foi um presente para o filho de Tamara – hoje com 10 anos e que em 2013, ainda muito pequeno, conseguiu testemunhar a saúde de sua mãe ser reconquistada.
Em 2015, doadora e receptora puderam se conhecer pessoalmente. Ainda mantêm contato, mesmo a distância. “Digo às pessoas de qualquer faixa etária, de qualquer classe social, de qualquer crença: ter a oportunidade de ser chamado para doação é algo que a pessoa não tem nem que pensar para responder, tem que apenas ir e dar sequência”, ressalta Myrian, que no começo de 2020 perdeu uma tia-avó para a leucemia mieloide aguda, doença que tem a possibilidade de ser curada com um transplante de medula óssea.
Seja um doador
Para doar sangue e ao mesmo tempo se cadastrar como doador de medula óssea, esteja com documento oficial com foto e procure o Hemocentro Regional de Maringá, da UEM: Avenida Mandacaru, 1.600, ao lado do Hospital Universitário Regional de Maringá (HUM), em Maringá. O horário de atendimento é de segunda a sexta-feira, das 7h às 18h30, e aos sábados, das 7h às 12h30. Se preferir você pode agendar sua doação pelo www.saude.pr.gov.br/doacao ou (44) 3011-9151 (WhatsApp).
O cadastro como doador de medula óssea requer que o candidato apresente Carteira de Identidade e CPF e assine um termo de consentimento do Redome. É feito apenas uma vez na vida: portanto, se você já se cadastrou em qualquer cidade brasileira e mudou de endereço, faça a atualização cadastral no site do Redome.
A doação de sangue pode ser feita por uma população mais abrangente do que a de doadores de medula (18 a 55 anos): podem doar sangue pessoas que estejam bem de saúde, que tenham entre 16 e 69 anos e com peso acima de 50 kg – lembrando que pessoas com 60 anos ou mais devem ficar em casa durante a pandemia. Os menores devem doar com consentimento formal dos responsáveis e quem tiver 61 anos ou mais e nunca doou não pode doar. Evite alimentos gordurosos nas quatro horas que antecedem a doação e, no caso de bebidas alcoólicas, o período é de 12 horas.
Fonte:ASC/UEM