“É apaixonante conseguir pesquisar algo que volta à sociedade!”, diz inventor Andrelson Rinaldi
Neste Dia Mundial da Propriedade Intelectual (26), a reportagem mostra a patente “Sensor Eletrônico para Determinação do Teor de Álcool em Hidrocarbonetos”, concedida a pesquisadores vinculados à Universidade Estadual de Maringá (UEM) no segundo semestre do ano passado. É uma ferramenta de averiguação instantânea para combate a fraudes em combustíveis, alimentos e bebidas.
Com baixo custo, “o sensor pode ser instalado com um display no carro para, na hora que estiver abastecendo, o motorista fazer a leitura de qual é a percentagem de gasolina, água ou álcool naquele combustível”, declara um dos inventores e chefe do Departamento de Química (DQI) da UEM, Andrelson Wellington Rinaldi.
Desde 16 de março de 2015, o Governo Federal estipula como 27% a adição obrigatória de etanol anidro à gasolina comum, percentual fiscalizado pela Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP). “Os hidrocarbonetos são combustíveis constituídos apenas de carbono e hidrogênio. E o sensor é ideal para determinar fraudes na gasolina e garantir que o consumidor tenha uma gasolina pura, com qualidade”, explica Rinaldi. O sensor também consegue determinar teor de água em diesel ou biodiesel, cachaça, vinho e uísque.
Sensor inventado a partir de tese de doutorado em Química cabe na palma da mão
A patente veio para invenção originada em tese de doutorado de Rinaldi, desenvolvida na UEM com orientação do professor Emerson Marcelo Girotto e, em parte, no Consiglio Nazionale delle Ricerche, na Itália, sob supervisão do professor italiano Alberto Zanelli. “Patentear produtos dá visibilidade à ciência feita no Brasil e na nossa instituição. Temos bons pesquisadores, boas ideias e devemos trabalhar não apenas para produzir ciência, mas fazer com que a ciência vá para a comunidade. É apaixonante conseguir pesquisar algo que volta à sociedade!”, reflete Rinaldi, também doutor em Química e bolsista por produtividade do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq).
Agora, abre-se possibilidade para que, inspirados no sensor patenteado, pesquisadores deem novas contribuições, por exemplo com sensores voltados a outras áreas, como ambiental e da saúde.