No evangelho do domingo passado, Jesus abençoa os cinco pães de cevada e os dois peixes que um menino trazia e os distribui para a multidão de cinco mil homens, sem contar mulheres e crianças, como vai anotar Mateus (Mt 14, 21). Da partilha daquele pouco, todos comeram e com as sobras encheram doze cestos.
Querem fazer de Jesus rei. Ele se retira para o monte para orar e depois atravessa o lago com os discípulos (Jo 1, 1-15). Na manhã seguinte, muito mais gente vai para o lugar da multiplicação, à procura de Jesus, mas não o encontram. Atravessam também o lago de volta e o procuram em Cafarnaum (Jo 6, 25-35). Também nós saímos muitas vezes à procura de Jesus, mas à procura de milagres: buscamos lá, onde ele não está. Ao encontrarem Jesus, fazem-lhe três perguntas e, depois, um pedido. A primeira: “– Rabi, quando chegaste aqui?” A resposta de Jesus vai noutra direção: “—Me estais procurando não porque vistes sinais, mas porque comestes pão e ficastes satisfeitos. Esforçai-vos, não pelo alimento que se perde, mas pelo alimento que permanece até a vida eterna e que o Filho do Homem vos dará” (6, 27). A segunda pergunta e que também nós nos fazemos tantas vezes: “— Que devemos fazer para realizar as obras de Deus”? (6, 28). “Jesus respondeu: — A obra de Deus é que acrediteis naquele que ele enviou” (6, 29) Fazem-lhe então uma terceira pergunta: “Que sinal realizas, para que possamos ver e crer em ti? Que obra fazes?” (6, 30). Lembram que seus pais comeram o maná no deserto, mas Jesus retruca: “Em verdade vos digo, não foi Moisés quem vos deu o pão que veio do céu. É meu Pai que vos dá o verdadeiro pão do céu. Pois o pão de Deus é aquele que desce do céu e dá vida ao mundo” (6, 32). O diálogo se conclui com uma petição e uma revelação: “Senhor dá-nos sempre deste pão” (6, 34). “Jesus lhes disse: EU SOU O PÃO DA VIDA. Quem vem a mim não terá mais fome e quem crê em mim, nunca mais terá sede” (6, 35). A resposta de Jesus evoca ainda seu encontro com a mulher samaritana, à beira do poço de Jacó, quando Jesus se apresenta como a ÁGUA VIVA e lhe diz: “…quem beber a água que eu lhe darei, jamais terá sede“ (Jo 4, 10-14). Vai também dizer: “EU SOU O BOM PASTOR”(Jo 10, 1-18). Afirma, ainda: “EU SOU A LUZ DO MUNDO” (Jo 8,12) e, na sequência, devolve a luz ao cego de nascença (9, 1-41). E para Marta e Maria, irmãs de Lázaro, ele vai assegurar: “EU SOU A RESSURREIÇÃO E A VIDA” (Jo 11, 1-45). Que ao partilharmos nosso pão, com o irmão e a irmã necessitados e ao fazermos as obras de Jesus, nos encontremos com o Cristo, o pão vivo e verdadeiro descido do céu, para a vida do mundo.