No dia de Finados, recomendamos à misericórdia de Deus os nossos falecidos, confortados pela palavra de Jesus, quando ele diz: “Esta é a vontade de quem me enviou, que eu não perca nenhum daqueles que ele me deu, mas que os ressuscite no último dia. A vontade do Pai é que todo aquele que vê o Filho e acredita nele, tenha a vida eterna, e eu o ressuscitarei no último dia” (Jo 6,38-40). A Igreja faz preceder o dia de Finados, com a solenidade de todos os santos e santas em 1º. de novembro. A festa foi, porém transferida e está sendo celebrada neste domingo. Ao lado daqueles e daquelas que a Igreja reconhece oficialmente como santos e santas, a começar pela Mãe de Jesus, de São José, de um São Francisco, de um São Benedito, de uma Santa Dulde dos Pobres, há uma imensa multidão de pessoas que acolheram o chamado de Deus e viveram uma vida de santidade, de maneira humilde e escondida, a começar pelos mártires de todos os tempos. São João no livro do Apocalipse, já fazia essa pergunta:
“Quem são esses vestidos com roupas brancas? De onde vieram? Eu respondi: “Tu é quem sabes, meu Senhor”. E então, ele me disse: “Esses são os que vieram da grande tribulação. Lavaram e alvejaram suas vestes no sangue do Cordeiro” (Ap. 7, 13-14). Jesus diante de uma grande multidão, no chamado Sermão da montanha, apresenta todo o seu programa, que é de boa notícia para os pequenos. Começa com as oito bem-aventuranças. Dirigindo-se àquele povo que o buscava atrás de uma luz, mas também de maneira muito concreta, atrás de pão para matar sua fome, de cura para suas enfermidades, de consolo para suas lágrimas e dores, ele proclama: “Bem-aventurados os pobres em espírito, porque deles é o Reino dos Céus”. Dirige-se ainda aos aflitos, aos mansos, aos que tem fome e sede de justiça, aos misericordiosos, aos puros de coração, aos que promovem a paz, aos que são perseguidos por causa da justiça. A todos e todas promete o seu Reino. Conclui dirigindo-se aos que o ouviam, às primeiras comunidades e também a nós: “Bem-aventurados sois vós, quando injuriarem e perseguirem e, mentindo, disserem todo o mal contra vós, por causa de mim. Alegrai-vos e exultai, porque será grande a vossa recompensa nos céus” (Mt 5, 1-12). No momento presente, devemos chamar mil vezes de bem-aventuradas todas as pessoas que buscam construir a paz, fruto da justiça, como vem pregando incessantemente o Papa Francisco, clamando para que cessem os bombardeios da população civil, que se abram corredores humanitários e que sentem à mesa e dialoguem os que estão em guerra. Devemos, dizer também com todas as letras, malditos os que promovem, incentivam e financiam, as guerras, que pregam o ódio e ainda blasfemam dizendo-se seguidores do Cristo das bem-aventuranças.