A Vigília da Páscoa, em que celebramos a ressurreição do crucificado, é a fonte de todas as nossas celebrações. Nela, a luz vence as trevas e o fogo novo, que acende o círio pascal, traz o clarão que ilumina a noite de nossas vidas e o mundo todo. A primeira leitura da Vigília (Gn 1, 1-2, 2), ao relembrar que, no princípio, Deus criou o céu e a terra e viu que tudo era bom, nos aponta para a nova criação inaugurada pela ressurreição de Jesus.
A terceira leitura (Ex 14, 15-15, 1) narra a passagem do Mar Vermelho, em que o povo deixa para trás a escravidão do Egito e caminha para a terra, onde mana leite e mel e prefigura a nova Páscoa e a nova Aliança trazidas pelo Ressuscitado. A Carta de Paulo aos Romanos nos recorda que “todos nós batizados em Jesus Cristo, é na sua morte que fomos batizados, para que, como Cristo ressuscitou dos mortos pela glória do Pai, também nós levemos uma vida nova” (Rm 6, 3-11). O evangelho de Marcosm em apertados oito versículos, nos conta que “bem cedo, no primeiro dia da semana, ao nascer do sol, Maria Madalena e Maria, mãe de Tiago foram ao túmulo”, depois de comprar perfumes para ungirem o corpo de Jesus (Mc 16, 1-8). Sua preocupação era quem iria rolar a pedra na entrada no sepulcro, pois era muito grande. Chegando perto, viram que a pedra havia sido retirada. Entraram no sepulcro e viram um jovem sentado do lado direito vestido de branco. E o jovem lhes diz: “Não vos assusteis! Vós procurais Jesus de Nazaré, o crucificado? Ele ressuscitou. Não está aqui” (16, 6). No evangelho de Lucas, a interpelação é um pouco diferente: “Por que procurais entre os mortos, aquele que está vivo?” (Lc 24, 5). Em Marcos, o jovem confia às mulheres a tarefa do anúncio da ressurreição: “Ide dizer a seus discípulos e a Pedro que ele irá à vossa frente, na Galileia. Lá vós o vereis, como ele mesmo tinha dito” (16, 7). O ressuscitado ontem e hoje, vai à nossa frente, no retorno ao quotidiano de nossas vidas, na Galileia das nações, no tumultuado mundo de hoje, para seguir anunciando que a vida venceu a a morte, que a esperança renasceu e que somos chamados a viver e a testemunhar o amor sem limites de Deus no seu Filho Jesus, ressuscitado para a glória do Pai. Concluímos com a reflexão de Pagola: “Crer no Ressuscitado é esperar que as horas alegres e as experiências amargas, as ‘impressões’ que deixamos nas pessoas e nas coisas, o que construímos com amor, tudo ficará transfigurado. Já não conheceremos a amizade que termina, a festa que acaba, nem a despedida que entristece. Deus será tudo em todos. Crer no Ressuscitado é crer que um dia vamos ouvir essas incríveis palavras que o livro do Apocalipse põe nos lábios de Deus: ‘Eu sou o princípio e o fim de tudo. A quem tiver sede, darei gratuitamente da fonte da água da vida’. Não haverá mais luto nem pranto, não haverá mais dor, nem fadigas, porque tudo isso terá passado”. FELIZ PÁSCOA DA RESSURREIÇÃO PARA CADA UM DE VOCÊS, SUA FAMÍLIA E SUAS COMUNIDADES.