A Odisseia de Ulisses, herói grego que levou 27 anos para retornar a casa, 10 lutando na guerra de Tróia e 17 por ter desafiado os deuses que o fizeram vagar por terras estranhas e mares, é uma referência para observar a guerra que outro Ulisses, o das terras vermelhas, trava com semideuses de um monopólio até hoje inquebrável.
A narração do poema Homérico fez grande sucesso na tela do cinema, já a odisseia de Ulisses, o Maia, prefeito de nossa cidade, parece encontrar adversários que se comportam como deuses em setores como o do transporte público, onde uma única empresa reina em uma odisseia que já dura muito mais, do que a odisseia do Ulisses Grego. A atual concessionária, de acordo com uma publicação do Historiador maringaense João Laércio Lopes Leal, detém a concessão há pelo menos 44 anos.
Não é segredo que o Ulisses das terras vermelhas, trava uma batalha ferrenha com a empresa gestora do transporte coletivo. Já no segundo ano de seu mandato, precisamente no mês de julho de 2018, Maia negou à concessionaria um aumento que elevaria a tarifa a R$ 4,30, permitindo que fosse elevada a R$ 3,90 mas lamentou: “Já é muito caro”.
O video da entrevista sem cortes ou censura você vê aqui no site de O FATO.
Naquele período, a empresa chegou a alegar dificuldades financeiras e isso levou o prefeito a falar em romper o contrato. Depois disso, a Câmara Municipal abriu uma CPI que não encontrou problemas financeiros na empresa de transporte público mas deu indicações sobre melhorias e adequações que o concessionário deveria oferecer à cidade.
No começo de 2019, uma nova batalha marcou o reinicio da guerra que se arrasta até hoje. Atualmente, a empresa de transporte público pretende um aumento que levaria a tarifa a R$ 5,10. Por conta do aumento negado em 2018 e por conta de um novo parecer negativo de Ulisses ao pedido atual, a concessionária se mobilizou juridicamente para obter o aumento, mas obter também uma indenização de R$ 35 milhões, por danos sofridos pela não concessão dos aumentos pretendidos.
É com esse quadro, que a redação de O FATO encontra o número um do município e questiona os caminhos que sua odisseia contra o deus do transporte coletivo maringaense poderia levar a cidade.