Há meses que não chove no sul de Espanha, principalmente na Andaluzia, onde o problema se agrava há mais de três anos ameaçando as culturas e a produção de animais.
Nesta região, a barragem Sierra Boyera está quase seca. As companhias de água são obrigadas a recorrer a outro lago, contaminado por descargas das empresas de produção de leite. A água da torneira não se pode beber, e a população é abastecida por camiões-cisterna. A seca também afeta os restaurantes e as padarias. Os donos destes estabelecimentos queixam-se com a falta de condições para trabalhar.
A Espanha é o maior produtor de frutas e legumes da União Europeia e quase metade das suas exportações são culturas irrigadas por enormes transferências de água do rio Tejo.
Mas com as alterações climáticas e com três quartos do país em risco de desertificação, o governo decidiu limitar o fluxo das águas cada vez mais escassas do Tejo para o Levante, no sudeste do país.
O nível do rio mais longo da Península Ibérica tem vindo a descer perigosamente, ao ponto de, em alguns locais, ser possível atravessar o seu leito seco a pé, no Verão.
Tal como o Nilo, no Egito, e o Tigre, no Iraque, que estão a diminuir, o direito de utilizar as águas do Tejo – que atravessa Portugal antes de desaguar no Atlântico – tornou-se uma “batata quente política”.
O debate está a tornar-se ainda mais aceso no período que antecede as eleições regionais do final do mês, com a agricultura intensiva, que é um pilar da economia espanhola, a ser posta em causa. Euro News