Créditos: Jaime Martins/Alep
Um trecho de poucos quilômetros entre os municípios de Maringá e Sarandi, no noroeste do Estado, sofre com o alto fluxo de veículos na parte urbana da rodovia BR-376 que liga os dois municípios. O resultado são congestionamentos e acidentes graves, que trazem transtornos não só para motoristas, mas que também prejudica o comércio e a indústria. Para apontar possíveis soluções para o problema, o deputado Homero Marchese (PROS) se reuniu nesta quinta-feira (09) com representantes de associações comerciais, prefeitos, vereadores e especialistas em uma audiência pública realizada pela Assembleia Legislativa do Paraná.
De acordo com o parlamentar, o debate reuniu sociedade civil e poder público em busca de soluções para o problema. “Reunimos cidadãos e autoridades para discutir este problema sério, que é o acesso a Maringá e Sarandi pela BR-376. Todos os dias, milhares de pessoas enfrentam um grande congestionamento, que eleva risco de acidentes”, informou. Segundo o deputado, as obras no Contorno Norte de Maringá foram iniciadas em 2008 e concluídas em 2013 para desafogar o trânsito na Avenida Colombo, importante via da cidade que recebe todo fluxo vindo de Sarandi e municípios vizinhos. “No entanto, os problemas persistiram. Por isso nosso objetivo é ter um apanhado do que já foi feito e o que poderá ser feito para resolver esse problema tão grande. Espero que essa oportunidade seja aproveitada para que tenhamos informações e formas de resolvê-lo”, disse Homero.
O Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT) vem trabalhando para encontrar resoluções. José Carlos Beluzzi de Oliveira, superintendente regional do órgão, falou sobre os projetos, estudos e soluções integradas entre a Prefeitura de Maringá e o DNIT. O especialista relatou uma série de intervenções possíveis já para o ano de 2022, além de outras para serem realizadas no futuro. Ele informou que um convênio com a Prefeitura de Maringá pode permitir a ampliação de vias marginais. Outras soluções são a construção de alças de mergulho e rebaixamento de trechos para desafogar o trânsito. Em curto prazo, o especialista informou que algumas diretrizes já podem ser colocadas em prática em 2022, com correções geométricas e mudanças de tempo de semáforos. “Para minimizar o problema, os estudos têm de ser colocados em prática”, disse.
O prefeito de Sarandi, Walter Volpato, listou uma série de alternativas. Na visão do prefeito, são necessários investimentos financeiros. “Sabemos que é um problema crônico. Vamos buscar soluções para resolver o fluxo do congestionamento. Precisamos de novas alternativas, com a continuação das obras na Avenida Horácio Raccanello, mas sei que é caro. Precisaríamos de recursos para obras, coisa que o município de Sarandi não tem. Neste sentido, é necessária a ajuda da Prefeitura de Maringá e do Governo do Estado.”, avaliou.
De acordo com Luís Alberto Spaciari, chefe da Delegacia da Polícia Rodoviária Federal (PRF) na região, a polícia busca realizar um trabalho para manutenção da segurança viária. “Há algum tempo o acostamento foi transformado em faixa de rolamento, aumentando a capacidade fluxo em 50%. Mesmo assim o congestionamento acontece. A questão é o gargalo embaixo de viaduto. Esta é um ponto estrutural que precisa de análise de especialistas”, opinou.
Relatos
André Ribeiro, vice-presidente da Associação Comercial de Maringá (ACIM), abordou a influência do problema nos aspectos comerciais e econômicos. “Este é um tema muito importante para classe empresarial, que tem sido afetada por este problema desde o início das obras. São mais de 10 anos convivendo com isso. O trânsito impacta também a qualidade de vida de toda comunidade das cidades. Este é um problema que prejudica o cidadão, os clientes das empresas e o segmento do transporte. Muitos tiveram que que inverter o horário de trabalho para fugir do congestionamento”, relatou.
A visão é semelhante à de Edson Barbosa, presidente da Associação Comercial de Sarandi. “São muitos transtornos. Os comerciantes de Sarandi estão reclamando bastante da situação. Nas horas de pico fica muito difícil. Os comerciantes estão pedindo uma solução para desafogar essa situação. Não há mais como se locomover”, disse. Maurício Rogério da Silva, diretor da Associação Comercial de Sarandi, relatou o sofrimento dos moradores do município. “A partir das três horas da tarde já não tem condições de ir de Sarandi para Maringá por causa do fluxo. Isso complica o comércio da cidade, aqueles que têm de buscar e levar mercadorias. As pessoas levam horas na fila para atravessar esse trecho”, comentou.
O vereador de Maringá Rafael Roza lembrou como o crescimento das duas cidades afetou ainda mais o problema. “As duas cidades cresceram muito nos últimos anos. Então este problema vem se potencializando cada vez mais. Sem considerar acidentes, um trecho em que se levaria de cinco minutos para atravessar demora 40 minutos. A resolução do problema é uma necessidade da região. Ou então chegaremos a um momento em que a via vai travar”, avaliou.
ASC/ALEP