A Assembleia Legislativa do Paraná iniciou nesta segunda-feira (12) o debate sobre a existência de esquemas de manipulação de resultados e eventos em partidas de futebol para favorecer apostadores. A discussão é reflexo da operação Penalidade Máxima, que revelou a participação de jogadores das séries A e B do Campeonato Brasileiro na manipulação em partidas de futebol. A iniciativa é dos deputados Alexandre Curi (PSD) e Alisson Wandscheer (Solidariedade). A primeira reunião contou com a presença de advogados especialistas no tema.
De acordo com o deputado Alisson Wandscheer, todos têm um papel no combate à manipulação de resultados. Segundo ele, o Poder Público deve tomar as medidas para prevenir a ocorrência e atuar de forma assertiva quando os casos vierem à tona. “Vamos estudar o que podemos fazer para evitar o problema. A legislação sobre o tema é federal, mas podemos trabalhar na fiscalização”, disse o deputado.
Os advogados fizeram uma explanação sobre a integridade no esporte e manipulação de apostas. Além disso, apresentaram uma linha do tempo tratando de legislações sobre o tema e a cronologia das investigações realizadas pela Justiça. “A manipulação de resultados é o maior desafio do esporte nas últimas décadas. Nos próximos meses, devemos ver um aumento da quantidade de casos e denúncias”, previu o advogado Pedro Gurek.
Os especialistas também apresentaram aos parlamentares possíveis respostas à manipulação. Entre elas estão o contato para cooperação internacional com outras entidades esportivas; a educação das pessoas, que precisam conhecer as regras e consequência dos descumprimentos das regras; a punição adequada a criminosos; além de medidas de prevenção e detecção por meio do uso de inteligência artificial.
Também participaram da reunião os deputados Pedro Paulo Bazana (PSD), Moacyr Fadel (PSD), Matheus Vermelho (PP), Tiago Amaral (PSD), além do deputado federal Toninho Wandescheer (PROS) e os vereadores de Curitiba Marcelo Fachinello (PSC) e Tico Kuzma (PROS).
Casos
A Operação Penalidade Máxima, que está na segunda fase da investigação, é comandada pelo Ministério Público de Goiás, estado onde surgiram as primeiras denúncias. De acordo com as apurações por parte das autoridades, o número de jogadores envolvidos chega a 26.
Segundo a Justiça, jogadores eram cooptados para realizarem eventos específicos dentro dos jogos. Entre estas ações, está o recebimento de cartão amarelo. Em troca, recebiam o dinheiro fruto das apostas. Dessa forma, os apostadores asseguravam a ocorrência de eventos determinados nas partidas. Com isso, ganhavam dinheiro em sites de jogos e apostas.
ASC/ALEP