Com a presença de 13 deputados, incluso o presidente Alexandre Curi (PSD), a 23ª sessão itinerante da Assembleia Legislativa do Estado do Paraná (Alep), aconteceu ontem (5) na sede da associação dos engenheiros agrônomos de Campo Mourão. Na cidade fica a sede da Coamo, maior cooperativa agroindustrial da América Latina, e é aqui também que acontece a 2ª edição da FATI – Feira do Agronegócio, Tecnologia e Inovação.
A chuva que se abateu na região durante toda a jornada não afastou centenas de visitantes da feira durante o dia, e da sessão itinerante que aconteceu à noite.
E chuva é a palavra que resume bem o contexto em que os eventos paralelos se desenvolveram. No ginásio de esportes que abrigou a FATI, a chuva foi de tecnologia, com 30 empresas entre originárias da região e multinacionais, apresentando inovações que incidem no melhoramento do desempenho na agricultura e na pecuária.
Cezar Bronzel, presidente do Sindicato Patronal Rural de Campo Mourão ciceroneou o presidente da Alep Alexandre Curi em sua visita aos stands. Curi fez questão de parar para conversar com produtores, empresários, técnicos e pesquisadores.
“É uma honra estar aqui e conhecer o Cezar Bronzel que aceitou a sugestão do prefeito Douglas Fabrício de sediar a sessão itinerante durante a FATI que coloca à mostra toda a tecnologia e inovação que o setor precisa para continuar crescendo e produzindo riqueza”, disse Curi em entrevista a OFATOMARINGA.COM. O presidente da Alep lembrou que a Assembleia também está investindo em tecnologia através de acordos com o google que vão acelerar processos burocráticos que agilizarão a aprovação de Leis que servem à toda a sociedade, assim como ao setor do agronegócio.
E se na Feira, a chuva é de tecnologia, a Alep e o Governo do Estado também confirmaram uma chuva de recursos que vão irrigar o mercado do setor. Curi confirmou também que nas próximas semanas o Governo do Paraná com apoio da Alep e através do secretário de Agricultura e Abastecimento Márcio Nunes, apresentará na Coamo e em outras cooperativas da região, o Fundo de Investimento do agronegócio paranaense.

Batizado de Fiagro, o fundo deve injetar recursos oriundos do mercado privado na ordem de R$ 2 bilhões só em 2025. A meta do Fiagro já para o próximo ano é dispor de R$ 15 bilhões em recursos para financiar ações no setor com juros de até 9% inferior ao Plano Safra do Governo Federal. Será o Governo do Paraná a bancar a diferença dos juros de mercado com a injeção inicial de quase R$ 300 milhões à fundo perdido. O Governo encara a iniciativa como investimento e prevê recuperar até 4 vezes o valor através da arrecadação de impostos.
“Nós somos o estado com a maior produção de peixe e frango do país, além de sermos um dos maiores de soja e segundo em suinocultura, logo é justo que se faça investimentos no setor para dar alternativa aos agricultores que muitas vezes não conseguem acessar os financiamentos do Plano Safra ou sofrem com a alta das taxas de juros que muitas vezes inviabilizam o cultivo prejudicando toda a economia que gira entorno a ela”, argumentou Curi.

A premissa do presidente da Alep encontra respaldo naquilo que está acontecendo no aumento de empresas do setor tecnológico no estado. É também por isso, que a iniciativa mourãoense que nasceu como Fórum do Agronegócio, passou a ser também de Tecnologia e Inovação. Muitas das empresas que nasceram para produzirem soluções inovativas para o campo, estão presentes na 2ª FATI.
“O agronegócio na nossa região é muito grande”, diz Bronzel. De FATO, dados de 2021 indicam que o valor bruto da produção agrícola da região foi de R$ 13,9 bilhões, já a receita da Coamo foi de quase R$ 29 bilhões em 2024. Bronzel enfatiza que todo esse volume de dinheiro impulsionou o mercado local da tecnologia agrícola.
“80% das empresas de tecnologia e inovação que estão aqui nesta feira são de Campo Mourão e desenvolvem soluções importantes para o setor. Nesse parte de tecnologia, Campo Mourão é sem dúvida uma das mais tecnificada do Brasil”, enfatizou Bronzel.

O prefeito de Campo Mourão Douglas enfatizou que a cidade que já se destacava no agronegócio, agora desponta também na produção tecnologia para o setor. “Essa feira veio para mostrar isso; temos empresas sediadas no território que produzem equipamentos inovativos que estão sendo comercializados em todo o Brasil, mas também atendem ao mercado internacional do setor. A iniciativa conta com o apoio do Poder Público e com certeza a FATI deve crescer muito nos próximos anos”.
Além de apresentar ao produtor rural novas tecnologias e soluções sustentáveis aplicadas ao agronegócio, o evento também tem como finalidade de conectar os elos da cadeia agropecuária, unindo produtores, fornecedores, pesquisa, instituições de ensino e fomento à inovação agropecuária; facilitar a troca de experiências; explorar o potencial do agronegócio na região, gerando negócios e desenvolvimento econômico, em benefício da sociedade, explicam os organizadores.
A programação da 2ª FATI se conclui nesta sexta (6), e além dos expositores, teve também em sua programação uma nutrida gama de palestras que abordaram temas como o apresentado por Celso Seratto do (IDR PR), que falou sobre a utilização de coberturas verdes como estratégica de manejo de nematoides