A Cerimônia de Obon no Templo Budista Jodoshu Nippakuji de Maringá é guiado pelo Monge Eduardo Sasaki e o rito é celebrado em bilingue japonês e português.
Contexto histórico
No Japão, o Dia de Finados, conhecido como Obon, ocorre por volta do dia 15 de julho no calendário lunar. Por outro lado, no Brasil, a data cai no dia 2 de novembro.
No Dia de Finados, muitas famílias visitam os túmulos de parentes a fim de orar pela felicidade das almas dos seus ancestrais. Esse costume origina-se do Urabonkyou, uma escritura budista que conta a história de Mokuren, um aprendiz de Shaka, o fundador do budismo. Diz a história que Mokuren, não agüentando de ver o sofrimento da sua mãe que caiu no inferno, seguindo o conselho de Shaka, ora, no dia 15 de julho, pela ascensão de sua mãe para o céu.
No Japão, no dia 13 de julho, as pessoas instalam um altar chamado de Seirei-tana e colocam velas, frutas e verduras, numa oferenda às almas dos ancestrais que retornam a seus lares. Quando chega a noite, acende-se uma fogueira chamada mukaebi na frente da casa para guiar as almas dos mortos para suas residências.
Entre os dias 14 e 15 de julho, as pessoas costumam visitar os túmulos e pedem ao monge para fazer uma oração. Ao visitar aos túmulos, as pessoas lavam lápide e tiram capim que nascem em volta dele.
Também existem os japoneses que acreditam numa superstição de que não devem eliminar o musgo e a sujeira encontradas na lápide. Depois da limpeza, a família o decora com flores e dispõe um feixe de incenso. Além disso, durante esse festejo, as pessoas se divertem com Bon-Odori, um tipo de dança folclórica japonesa.
No dia 16, ao encerrar o festejo, acende-se uma outra fogueira conhecida como okuribi para as almas dos mortos retornarem ao céu com segurança. Normalmente, nessa fogueira é utilizado o caule do linho. No interior do país as pessoas costumam jogar as frutas e verduras no rio, oferecidas durante Obon. Essa cerimônia é conhecida como Seirei-nagashi.
Quando morre um dos membros de uma família, o primeiro Obon após a sua morte é chamado Niibon. A família dispõe uma lanterna chamada de bon-chouchin na casa e convida os amigos para jantar. Normalmente os convidados levam os artigos que serão oferecidos para as almas dos mortos e acendem um incenso.
Nos templos também há um costume parecido com o que ocorre na casa. Os espíritos dos mortos têm boa acolhida com a oferenda de alimentos. Esse costume chegou da China na era Heian (794-1192) e é conhecido como segakie.
O “rosário” é um artigo indispensável na época do Obon. Ele é um anel formado com uma bolinha grande e 108 outras bolinhas menores ligadas por uma corda. Dizem que esse número corresponde com o de aflições mundanas que as pessoas possuem. Elas oram repetidamente até que as aflições sejam eliminadas do seu espírito. Daí sua forma anelada.