O Ministro de Minas e Energia Alexandre Silveira concedeu entrevista coletiva na tarde desta terça-feira, 15, para explicar, ou pelo menos para trazer informações novas sobre o apagão que atingiu 25 estados e que deixou um terço dos consumidores brasileiros sem energia por mais de meia hora.
Silveira disse que uma das causas foi uma sobrecarga em uma linha de transmissão no Ceará, mas ressaltou que não foi a única.
Questionado várias vezes pelos jornalistas, o ministro evitou falar sobre qual concessionária de energia tinha responsabilidade sobre a sobrecarga, mas mais de uma hora depois do início da entrevista, explicou que o evento que derrubou 21 gb de linhas de 500kw durou milissegundos no Ceará e que esse milissegundos foi se repercutindo em toda a rede que engloba dezenas de concessionárias de energia.
Respondendo a uma pergunta sobre uma postagem feita pela primeira dama Janja que ligava o apagão de hoje à privatização da Telebrás, o ministro disse “que se trata de uma afirmativa textual, porque realmente foi isso que aconteceu com a Telebrás, foi privatizada às vésperas de uma eleição, em um ano eleitoral, e portanto eu vejo apenas como uma manifestação natural e real e que gera instabilidade no setor elétrico nacional”.
O ministro de Minas e Energia respaldou a correta manifestação de Janja e colocou o dedo em uma ferida ocultada pela mídia comercial: a privatização representou uma perda e gera instabilidade. Essa é a luta a ser feita: recuperar soberania no setor. pic.twitter.com/KjV25Ib2Q2
— Tiago Barbosa (@tiagobarbosa_) August 15, 2023
“Nesse momento que não sabemos indicar precisamente qual foi a causa desse evento, seria leviano de minha parte apontar o dedo para uma concessionária específica, mas manteremos a imprensa informada de acordo com a chegada das informações em modo preciso”, disse Silveira
‘Tivemos apagões o Texas que durou 9 dias, e aqui durou meia hora; nosso sistema é seguro e nem por isso vamos deixar de indagar e de descobrir as causas”, completou o ministro.
Segundo o ministro o evento que se verificou é um caso raro e que o sistema brasileiro trabalha em modo “redundante” justamente para evitar que haja apagões.
Silveira disse que eventos que não encontrarem motivos extremamente técnicos serão tratados e investigados para evitar possíveis interferências humanas, mas evitou falar em sabotagem.
“Volto a destacar que não há insinuação de sabotagem, mas há um critério que eu estabeleci de que ocorrências que não tenham apontamento de naturalidade serão tratadas como ocorrências que devem ter participação e investigação do Ministério da Justiça”, concluiu Silveira
REVEJA A ENTREVISTA COLETIVA DO MINISTRO ALEXANDRE SILVEIRA – transmitida pelo CanalGov youtube