De 1970 para cá, com a expansão da informática, estamos vivendo a terceira revolução industrial. Enquanto isso, ano após ano, a indústria brasileira está recuando. Nas últimas décadas, de 14.6 %do PIB, a industrialização caiu para 9.7 %. E a venda de matéria prima e, portanto, sem valor agregado, voltou a ser considerada como o suporte ante a crise econômica do país.
– Amigo, os produtos “made in China” são mais baratos que os fabricados aqui . E os novos padrões de consumo, isentos da voracidade fiscal que aqui se opera, passaram a asfixiar a produção nacional.
– Apostar em novos postos de trabalho ? De que forma? passaram a questionar- se os empresários.
Enquanto isso, o governo chinês fixou duas prioridades para o seu então maior contingente populacional do planeta: soberania e alimentação.
Habitual cliente de invasões do Japão desde o século XIX, a China era pobre. A partir do final da segunda guerra mundial, o modelo educacional chinês priorizou a formação tecnológica de seus adolescentes, ensejando condições de aprendizagem tecnológica no próprio Japão e, posteriormente, nos EUA, onde assimilaram não somente a língua inglesa, como também o conhecimento da poderosa industrialização norte-americana.
De volta à China, estavam intelectualmente preparados os novos destinatários das estatais chinesas que ousaram montar 850 milhões de postos de trabalho, assumindo de fato o desafio da terceira revolução industrial, que eliminou de uma vez por todas o ciclo da pobreza histórica da China.
Do lado de cá, a nossa mão- de-obra continuou achatada pelo confisco de 42% de seus ganhos anuais sob a forma de impostos. Professores mal remunerados e escolas mal equipadas ante os imperativos da terceira revolução industrial sinalizam claramente que as nossas crianças e adolescentes não constituem a prioridade de fato para a prosperidade do Brasil de amanhã.
O país está recuando gradativamente a um passado em que era exclusivamente agrícola. A verdade é que o agronegócio não está preocupado com a industrialização, a não ser quando o assunto se torna a importação de moderníssimas máquinas agrícolas capazes de dispensar, do plantio à colheita as mãos calejadas dos ex-trabalhadores do campo.
Multiplicam- se os latifúndios do soja – que o povo brasileiro não come – mas que representa garantida exportação de 75 % somente para a ex-subdesenvolvida China.
A verdade está diante dos nossos olhos: Ou investimos em educação e no conhecimento tecnológico de nossa nova geraçao ou prosseguiremos na esteira do subdsenvolvimento. Exportação in natura jaais será a solução ante a crescente perspectiva de pobreza do Brasil do amanhã.