ARTIGO: Tempos difíceis – Ignorância e perversidade estratosféricas por Padre Leomar Antonio Montagna

Muitas pessoas agem com interesses e espalham mentiras e maldades, mas outras as reproduzem sem o mínimo de bom senso, demonstram uma total ausência de conhecimento, produzindo uma cultura de morte, com consequências terríveis, vitimando pessoas e prejudicando aos mais fragilizados da sociedade.

ARTIGO: Tempos  difíceis -  Ignorância e perversidade estratosféricas  por Padre Leomar Antonio Montagna
Em pleno século XXI, nos deparamos, por parte de uma parcela da sociedade, com um grande desprezo pela ciência (obscurantismo), falta de respeito com os semelhantes, violência e perseguição aos que pensam e agem diferente dos que interpretam que deva haver uma única cultura. Vemos ainda consentimento e aplausos ao que há de mais vil na sociedade. Tudo isso nos faz lembrar, que até Jesus, em determinado momento, sentiu esse triste drama, quando exclamou: “Ó geração sem fé e perversa! Até quando estarei convosco? Até quando vos terei de suportar?” (MT 17, 17). 
 
Muitas pessoas agem com interesses e espalham mentiras e maldades, mas outras as reproduzem sem o mínimo de bom senso, demonstram uma total ausência de conhecimento, produzindo uma cultura de morte, com consequências terríveis, vitimando pessoas e prejudicando aos mais fragilizados da sociedade. “O meu povo está morrendo por falta de conhecimento” (Os 4, 6).
 
Mas o texto mais forte que combate o tal “mito da imbecilidade”, encontramos no Livro do Eclesiástico, neste, o autor procura reavivar a memória e a consciência histórica do seu povo, a fim de que resgatem sua identidade própria e lutem contra o domínio imperialista que tentava impor aos povos dominados uma cultura, costumes e religião totalmente anômala a tradição judaica. Perante nossa realidade social-política-religiosa, parece que esse texto ainda é atual. Vejam (Eclo 22, 7-15):
 
“É INÚTIL ENSINAR O IMBECIL
7 Ensinar o imbecil é como emendar cacos, ou acordar alguém que dorme sono profundo.
8 Falar ao imbecil é como falar a quem está dormindo; no fim ele pergunta: «O que é que foi mesmo?»
9 Chore pelo morto, porque ele perdeu a luz; chore pelo imbecil, porque ele perdeu o bom-senso.
10 É menos triste chorar pelo morto que agora descansa, porque a vida do imbecil é pior que a morte.
11 O luto pelo morto dura sete dias, mas para o imbecil e para o injusto dura a vida inteira.
12 Não gaste palavras com o insensato, e evite andar com o estúpido.
13 Fique longe dele, para não se aborrecer e não se sujar lidando com ele. Afaste-se dele e ficará tranquilo, e a insensatez dele não irritará você.
14 O que é mais pesado que o chumbo? Qual é o seu nome, senão ‘insensato’?
15 Areia, sal e barra de ferro são mais fáceis de carregar do que um insensato”.
 
Penso que o desafio está posto a todos nós religiosos e educadores, esse é o povo que temos, essa é nossa realidade. Como agir diante de tudo isso? Que Deus nos dê sabedoria e um coração para amar, apesar de no momento não sermos reconhecidos e as vezes até banidos. Continuaremos acreditando que um dia o amor e a verdade triunfarão.