Percorro 2.000 quilômetros pelas estradas do Paraná toda a semana para estar sempre presente nos municípios que represento. Nos últimos tempos, essas viagens têm se tornado um grande desafio. Há uma epidemia de irresponsabilidades de veículos leves e pesados, e as nossas rodovias viraram um espaço de vale-tudo. Vale imprudência, vale abuso e vale a lei do mais forte. Só não valem a legislação de trânsito, o respeito ao próximo e o bom senso.
Nas minhas andanças, encontro muitas pessoas que dizem não querer mais viajar de carro. Relatam medo de serem vítimas das estradas, tanto pelo envolvimento direto em acidentes quanto pelo travamento do tráfego, que consome horas. Além disso, a reclamação é de que as próprias rodovias, com traçados antigos, não comportam mais o fluxo de veículos que estão rodando, principalmente caminhões.
Óbvio que não se pode generalizar, mas caminhões carregados até a tampa, rodando a velocidades absurdas e fazendo ultrapassagens perigosas, viraram armas nas estradas. Contudo, não se trata apenas de condenar a negligência individual, pois também falta polícia, falta radar, falta aferir tacógrafos, faltam balanças de pesagem. Falta ação sistêmica e coordenada e, por fim, falta a aplicação de penalizações correspondentes à gravidade das infrações.