Em 20 de outubro teve início a exposição Histórias Indígenas no Museu de Arte de São Paulo Assis Chateaubriand – MASP. A mostra apresenta o trabalho de artistas indígenas de 4 continentes: 285 obras de 170 artistas indígenas, abrangendo temporalidades desde antes da colonização até a atualidade.
A exposição é realizada em colaboração com o Kode Bergen Art, na Noruega. No MASP a exposição fica aberta ao púbico até 25 de fevereiro de 2024. Depois segue para o Kode, na Noruega, de 26 de abril a 25 de agosto de 2024.
Entre os artistas presentes na exposição há uma dupla de Maringá: Sheilla Souza e Tadeu Kaingang, que fazem parte do Coletivo Kókir.
Ambos são professores no curso de Artes Visuais da UEM e atuam na Associação Indigenista – ASSINDI – Maringá.
A obra apresentada pela dupla foi realizada junto com os artistas, Luiz Ragprag e Joamilto Fosag.
Kókir significa fome na língua Kaingang e a obra do coletivo, presente na exposição é um carrinho de mercado, idealizado por Sheilla e Tadeu e trançado com fita sintética pelos artistas Kaingang da Terra Indígena Ivaí, Luiz e Joamilto. O título da obra é Barão de Antonina, nome de uma das Terras indígenas no Paraná. A escolha do título se deve ao fato de que a palavra Barão remete à autoridade, poder e consumo, elementos que fazem parte da poética do trabalho.
O Coletivo Kókir tem forte ligação com a Associação Indigenista – ASSINDI – Maringá. Sheilla Souza é filha da fundadora da associação, Darcy Dias de Souza, falecida em 2022. Tadeu descobriu sua identidade Kaingang ao conhecer a ASSINDI, onde iniciou seu contato com os parentes e a pesquisa de mestrado e doutorado sobre a cestaria do povo Kaingang, que fica hospedado na Casa de passagem da associação.
Tadeu Kaingang e Sheilla Souza foram também convidados pelo programa MASP-Escola para ministrarem o curso Arte Indígena na Contemporaneidade.
O coletivo levou ainda algumas cestarias Kaingang e cerâmicas com desenhos das constelações do povo Guarani, realizadas pelo Kókir em parceria com o grupo Guarani da Terra Indígena Pinhalzinho. As peças foram incorporadas à loja do MASP, possibilitando a ampliação da renda para os grupos indígenas apoiados pela ASSINDI.
O coletivo Kókir realiza atividades gratuitas e abertas à comunidade. Os interessados podem fazer contato pelo e-mail ou ir diretamente à ASSINDI.