O caixão com os restos mortais do Papa Francisco já deixou a Praça de São Pedro em direção à Basílica de Santa Maria Maior, em Roma, onde o pontífice pediu expressamente para ser sepultado, quebrando assim a tradição que manda que os Papas sejam seputados na Basílica de São Pedro. O último Papa a ter sido sepultado fora do Vaticano foi Leão XIII, que morreu em 1903.
Durante o percurso pelas ruas de Roma, o caixão do Papa foi aplaudido pela população presente.
A missa fúnebre foi celebrada ao ar livre, com a presença de chefes de Estado, incluindo o presidente dos EUA, Donald Trump, o líder ucraniano Volodymyr Zelenskyy e muitos outros líderes mundiais, como as três principais figuras do Estado português. Centenas de milhares de pessoas, muitas das quais viajaram de todo o mundo para assistir ao funeral, reuniram-se na Praça de São Pedro para a missa marcada para as 10 horas locais (9 horas em Lisboa).
A missa fúnebre do Papa Francisco foi celebrada pelo Cardeal Giovanni Battista Re, decano do Colégio dos Cardeais.
Cerca de 980 cardeais, patriarcas, bispos, arcebispos, padres e diáconos reuniram-se para concelebrar a missa, sentados nas primeiras filas da Praça de São Pedro, junto à secção reservada às delegações oficiais de todo o mundo.
A comunhão será distribuída por 200 ministros e estima-se que estejam presentes cerca de 4.000 sacerdotes em toda a praça.
Mudanças no protocolo
Numa atitude surpreendente, o protocolo do Vaticano foi posto de lado para o funeral do Papa Francisco, com mudanças de última hora na disposição dos lugares na primeira fila.
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, e a primeira-dama Melania foram colocados na primeira fila. À direita de Trump esteve o presidente da Finlândia e à sua esquerda, o presidente da Estónia. Ao lado do líder estónio ficou o rei Felipe VI de Espanha, enquanto que ao lado do presidente finlandês ficaram o presidente francês Emmanuel Macron e a sua mulher Brigitte.
O Presidente ucraniano Volodymyr Zelenskyy também tem um lugar na primeira fila, embora posicionado um pouco mais longe de Trump.
Esta remodelação de alto nível reflete a complexa presença internacional neste evento histórico.
Trump e Von der Leyen trocam cumprimento
Nas escadas da Praça de São Pedro, Donald Trump e a Presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, trocaram um aperto de mão.
Foi o primeiro encontro desde 21 de janeiro de 2020, quando os dois se encontraram no Fórum Econômico Mundial em Davos.
A interação limitou-se a cortesias formais, não a uma conversa completa, mas o tom pareceu notavelmente cordial, apesar das tensões sobre as tarifas entre as duas margens do Atlântico.
Caixão recebido por grupos marginalizados
Após a missa fúnebre na Praça de São Pedro, o caixão foi transferido para Santa Maria Maior para um enterro privado. Apesar da presença de presidentes e príncipes, foi um grupo de prisioneiros, migrantes, pobres e pessoas transgênero que acolheu o corpo na igreja para a última morada. Francisco quis que a cerimônia refletisse as prioridades do papado, em que pretendia realçar o papel de simples sacerdote e não de poderoso líder religioso. euro news