BEOZZO: Um homem encontra um tesouro escondido no campo; vende seus bens e o compra – (Mt 13, 44-45)

Homilia para o 17º Domingo do Tempo Comum:

Jesus recorre a parábolas para explicar o mistério do Reino de Deus. Já vimos como ele sai da casa onde estava e senta-se à beira do lago. Acode, porém, tão grande multidão, que ele precisa subir numa barca, para falar para todos. O evangelista Mateus junta num mesmo capitulo, sete parábolas: as quatro primeiras, a do semeador, do joio, da semente de mostarda e do fermento, são dirigidas à multidão. Jesus volta, então, para casa e as três últimas parábolas, que estão no evangelho deste domingo, a do tesouro escondido no campo, a do comerciante em busca de pérolas finas e a da pesca, ele compartilha apenas com os discípulos. “O Reino dos céus é como um tesouro escondido no campo.

Um homem o encontra e o mantém escondido. Cheio de alegria, ele vai, vende todos os seus bens e compra aquele campo” (Mt 13, 44-45). O foco não é mais a semente que cai à beira do caminho, entre pedras e espinhos ou numa terra boa, nem o homem mau que joga sementes do joio no meio do trigo, nem a insignificância do grão de mostarda que se torna a maior das hortaliças ou o fermento que se perde no meio da farinha, mas que leveda toda a massa (13, 4-33). O foco nesta parábola do tesouro escondido é a tomada de decisão do homem que o encontra, volta a escondê-lo e cheio de alegria, vai, vende tudo o que tem e compra aquele campo. Era uma interpelação para os discípulos e também para nós: estamos dispostos a deixar tudo e cheios de alegria seguir os passos de Jesus e colocar-nos a serviço do Reino do seu Pai no meio do mundo? Na parábola da pérola, a ênfase é na busca persistente do comerciante por aquela pérola fina e preciosa. O comerciante, quando a encontra, vende todos os seus bens (13, 45-46). A interpelação é que o Reino deve ser buscado incessantemente e, quando descoberto, exige resposta corajosa e generosa. A parábola da rede que grande quantidade de peixes exige que na praia os pescadores separem os bons em cestos e joguem fora os que não prestam. Como na parábola do joio que é separado do trigo para ser queimado, aqui também “os anjos virão para separar os homens maus dos que são justos e lançarão os maus na fornalha de fogo”. (13, 49-50).