Biden pede aos americanos que evitem a violência política

No discurso proferido na Sala Oval, Biden afirmou que as emoções estavam ao rubro em ambos os lados e que o que estava em jogo nas eleições era enorme, mas que a violência não era a resposta, acrescentando: "Nós conseguimos fazer isto".

O Presidente dos EUA, Joe Biden, utilizou o horário nobre para fazer um discurso televisivo, a partir da Sala Oval, e exortar os americanos a evitarem a violência política e a unirem-se para proteger a democracia do país.

Um dia depois de uma tentativa de assassinato do antigo Presidente Donald Trump, Biden afirmou que as emoções políticas podem estar ao rubro, mas que “as visões concorrentes da campanha devem ser sempre resolvidas pacificamente e não através de atos de violência.”

“O poder de mudar a América deve estar sempre nas mãos do povo, não nas mãos de um aspirante a assassino“, disse Biden.

Biden afirmou que as emoções estavam ao rubro em ambos os lados e que os riscos da eleição eram enormes, mas que a violência não era a resposta.

“Nós conseguimos fazer isto”, implorou Biden, dizendo que a nação foi fundada numa democracia que deu à razão e ao equilíbrio uma hipótese de prevalecer sobre a força bruta.

“Democracia americana: onde os argumentos são feitos de boa fé. Democracia americana: onde o Estado de direito é respeitado; onde a decência, a dignidade e o fair play não são apenas noções pitorescas, são realidades vivas e respiráveis”, reiterou.

No domingo, Biden condenou a tentativa de assassinato do seu antecessor como “contrária a tudo o que defendemos como nação” e disse que estava a ordenar uma revisão de segurança independente para perceber como o ataque pode ter acontecido.

Donald Trump foi alvejado e atingido na orelha durante um comício político em Butler, na Pensilvânia, no sábado.

Um membro do público foi morto e dois outros ficaram feridos no tiroteio, que terá sido efetuado com uma espingarda semi-automática AR-15.

O atirador, designado pelo FBI, como Thomas Matthew Crooks, de 20 anos, foi abatido por um atirador dos serviços secretos.

O motivo do tiroteio ainda está a ser investigado.

Um dos antigos colegas de turma de Crooks descreveu-o como um solitário que era vítima de bullying na escola.

“Ele sentava-se sozinho ao almoço e era apenas um pária. E sabe-se como são as crianças hoje em dia. Vêem alguém assim e atacam-no porque acham que é engraçado ou assim. É a melhor maneira de o descrever. Sinceramente, é um bocado triste”, disse Jason Kohler.

A ex-primeira-dama Melania Trump publicou uma declaração online condenando o tiroteio e exortando os americanos a “elevarem-se acima do ódio.”

Agradeceu aos agentes dos Serviços Secretos e às forças da ordem e referiu-se ao atirador como “um monstro.”

“Quando vi aquela bala violenta atingir o meu marido, Donald, apercebi-me que a minha vida, e a vida de Barron, estavam à beira de uma mudança devastadora”, escreveu.

Entretanto, a segurança está a ser reforçada para a Convenção Nacional Republicana, que vai decorrer apesar do tiroteio e que deverá ter início em Milwaukee na segunda-feira.

Cerca de 2.400 delegados de todo o país estarão presentes e espera-se que nomeiem Trump como seu candidato às eleições presidenciais de novembro.

Na conta Truth Social, Trump disse que tinha inicialmente planeado adiar a sua viagem à convenção, mas que irá participar na data prevista, afirmando que “não pode permitir que um «atirador», ou um potencial assassino, force uma mudança na programação.” euronews