O bloqueio da entrada de ajuda humanitária em Gaza completou dois meses, com todos os pontos de passagem fechados pelas autoridades israelenses.
A decisão após o fim do cessar-fogo desencadeou o “pior cenário”, segundo o Escritório da ONU para Coordenação de Assuntos Humanitários, Ocha.
Sem reservas de sangue
Falando da Cidade de Gaza, a porta-voz da agência, Olga Cherevko, disse a jornalistas que os estoques de alimentos estão praticamente esgotados e o acesso à água se tornou impossível. Além disso, os hospitais estão ficando sem reservas de sangue.
Ela contou que vê todos os dias “crianças e idosos revirando pilhas de lixo” em busca de comida e de materiais para queimar, pois não há combustível para cozinhar.
Olga Cherevko relatou que uma amiga dela viu pessoas em chamas por conta de explosões e não havia água para salvá-las.
Tentativas de acabar com bloqueio
O Patient Friends Hospital, um hospital pediátrico na Cidade de Gaza, foi atacado várias vezes durante a guerra. Gaza está cada vez mais perto de ficar sem nenhuma energia.
Segundo a porta-voz, os agentes humanitários da ONU estão “em contato constante” com as autoridades israelenses e defendem a reabertura das travessias de fronteira.
Olga Cherevko ressaltou que as Nações Unidas têm mecanismos que mitigam o desvio de itens e garantem que a ajuda chegue às pessoas que precisam.
Em um apelo às autoridades israelenses, na quinta-feira, o subsecretário-geral da ONU de Ajuda Humanitária, Tom Fletcher, pediu o fim deste “bloqueio brutal” para que os profissionais humanitários salvem vidas.
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