“Bolsonaro enquadre ministro Tarcísio. Paranaense quer pedágio com preço justo, mas ministro da infraestrutura insiste no modelo híbrido”, diz deputado Luiz Claudio Romanelli (PSB)

Ministério da Infraestrutura esclarece que modelo híbrido oferecido ao Paraná não terá taxa de outorga, e sim valor de desempate, mas só se for necessário.

"Bolsonaro enquadre ministro Tarcísio. Paranaense quer pedágio com preço justo, mas ministro da infraestrutura insiste no modelo híbrido", diz deputado Luiz Claudio Romanelli (PSB)
                
                    Ministério da Infraestrutura esclarece que modelo híbrido oferecido ao Paraná não terá taxa de outorga, e sim valor de desempate, mas só se for necessário.

“Bolsonaro tem que enquadrar o ministro da infraestrutura. O paranaense quer pedágio com preço justo, mas Tarcísio de Freitas insiste no modelo híbrido”, diz o deputado integrante da Frente Parlamentar do pedágio, Luiz Claudio Romanelli (PSB).

“O modelo que o ministro Tarcísio quer para o Paraná não serve para nós, não vamos aceitar esse modelo, ele está insistindo nisso. Tarcísio de Freitas já ouviu o setor produtivo do Paraná dizer não ao modelo híbrido, já ouviu a Assembleia Legislativa dizer não, já ouviu o governador Ratinho dizer não, só que ele está teimando. “De FATO, temos um problema pela frente até que o ministro mude de ideia ou o presidente Bolsonaro enquadre ele. Bolsonaro teve grande votação no Paraná e eu acho que ele não vai querer entrar para a história como o Lerner, que deu um presente de grego para os paranaenses, um pesadelo que não termina nunca. O povo aceita pagar o preço justo, mas não aceita repetir esse modelo de concessão onerosa que é caro e que prejudica o povo do Paraná”, desabafou o deputado do PSB.

Veja a entrevista completa com Romanelli – defensor da concessão do pedágio com realização de leilão de licitação através do menor preço. 

Para que nosso leitor tenha ideia sobre porque Romanelli está falando assim, é preciso entender o modelo híbrido proposto pelo Ministério da Infraestrutura que tem à frente Tarcísio de Freitas. Segundo Romanelli, o modelo híbrido que o ministro quer, prevê cobrança de taxa de outorga, com limites de desconto e com projeção de aumentos de tarifa em até 40% de acordo com o andamento das obras; é o chamado degrau tarifário. Tarcísio chegou a recuar sobre a taxa de outorga, mas não sobre o menor preço, e por isso, não conseguiu convencer os 54 deputados paranaenses que assinaram um manifesto defendendo a licitação por menor preço, além do pagamento de caução para garantir a realização das obras previstas no contrato. 

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A concessão do pedágio no Paraná termina em novembro de 2021, e o governo federal pretende fazer um contrato com duração de 30 anos com o vencedor do leilão. A empresa administrará 3.327 quilômetros de estradas federais e estaduais e terá que fazer um investimento de R$ 42 bilhões. A concessão seria dividida em seis lotes, 42 praças de pedágio, 15 praças a mais do que atualmente. 

A reforçar as convicções de Romanelli, de Arilson Chiorato, deputado do PT, coordenador da Frente Parlamentar do Pedágio e de todos os outros 52 deputados da Alep, está a decisão do Tribunal de Contas da União –  TCU – que obriga o Governo Federal –  Ministério da Infraestrutura e a Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) a revisar a minuta do edital do leilão para a nova concessão, passando a considerar a necessidade de autorização da Assembleia Legislativa do Estado do Paraná para a cessão das rodovias estaduais, e ainda  analisar os impactos dos investimentos não realizados nos atuais contratos sobre as futuras concessões.

 “Depois de 24 anos apanhando, o Paraná não tem o direito de errar”, concluiu o parlamentar na entrevista a José Carlos Leonel de O FATO MARINGÁ. 

“Valor arrecadado em caso de desempate irá o projeto e não ficará para o Governo Federal”, informa o Ministério em nota à redação.

Após a publicação da matéria com o deputado Luiz Claudio Romanelli, a redação foi contatada pela assessoria de imprensa do Ministério da Infraestrutura. Segundo o ministério, o que está no projeto de concessão do pedágio no Paraná, não pode ser chamado de taxa de outorga, e o ministério batizou a modalidade de “taxa de desempate”. À diferença da taxa de outorga, onde o valor pago pelo vencedor da licitação vai para os cofres do Governo Federal, o ministério explica que na concessão do Paraná, a União não vai arrecadar nada, e que o valor de desempate, só será aplicada caso haja empate entre concorrentes; nesse caso, o valor arrecadado em excedência seria convertido completamente à realização do projeto e de suas obras. A pasta acredita que o valor do desempate poderia ser usado para reduzir o valor da tarifa ou construir obras não previstas no contrato.  O Ministério da Infraestrutura resume o modelo híbrido proposto para o Paraná como, leilão pela menor tarifa, desconto controlado até 17% e só caso haja empate, a aplicação do valor de desempate.