Brasil e Portugal apoiam novas soluções para saúde de mulheres e crianças

Agência global Unitaid crê em poupança de US$ 8 bilhões até 2030 com inovações em recursos e tempo; Fundação Gates anunciou que dobrará apoio à entidade para US$ 100 milhões nos próximos cinco anos.

FOTO: UNICEF/Maria Wamala

A 78ª Assembleia Geral da ONU foi um momento para que países, incluindo Brasil e Portugal, reafirmassem o compromisso de ajudar a promoção da saúde.

As autoridades brasileiras ainda deverão fixar números, mas Portugal ofereceu uma contribuição de € 250 mil para investimentos em novas soluções em favor da saúde das mulheres e das crianças, combate ao HIV, a tuberculose e a malária.

US$ 100 milhões no próximo quinquênio

Em Nova Iorque, um evento da agência de saúde Unitaid juntou governos e parceiros do setor. A sessão foi marcada pelo anúncio da Fundação Gates de que dobraria o apoio à Unitaid para US$ 100 milhões no próximo quinquênio.

Falando à ONU News, o assessor sênior da Unitaid, o brasileiro Maurício Cysne, apontou a necessidade de se dar resposta aos desafios de saúde  evidenciados na pandemia.

A Covid-19 causou a morte 25 milhões de pessoas e atrasou a execução das metas globais relacionadas à saúde. Para o representante,  o mundo deve estar mais bem preparado para uma próxima pandemia.

“Em setembro de 2021, 230 milhões de pessoas tinham testado positivo e quase 5 milhões havia morrido. Nós lembramos claramente imagens vividas, por exemplo, das pessoas nas ruas correndo atrás de oxigênio. A Unitaid através desse evento procura reforçar a importância de acesso a inovações em saúde. No caso do oxigênio, através da resolução da Assembleia Mundial da Saúde foi estabelecida uma coalizão global para o oxigênio. Parece simples, mas na verdade, hoje em dia, nós temos mais de 40 países que trabalham com a Unitaid e asseguram meios para futuras pandemias para o seu sistema primário de saúde, como o oxigênio nos hospitais nos centros saúde. Parece simples, mas salva milhões de vidas”.

Poupança de US$ 6 bilhões até 2030

A estimativa é que a aposta em inovações em recursos e tempo ajudem a poupar até US$ 8 bilhões até 2030. A agência espera que haja um aumento de parcerias para abordar os desafios de saúde global.

“O Brasil, como um país fundador da Unitaid e muito interessado e grandes parcerias no mundo lusófono inteiro, vai continuar a financiar e a trabalhar nessas inovações e noutras. Aqui também não nós restringimos não apenas no oxigênio. São novos medicamentos e diagnósticos necessários ao combate às epidemias que matam ainda, sendo elas a Aids, malária ou tuberculose. O impacto imediato é visível nos cuidados de saúde primários, no que diz respeito ao acesso de testes, de medicamentos e, por exemplo, de algumas tecnologias, como a do oxigênio líquido. E isso se nota com a redução. Hoje em dia, as inovações e os investimentos da Unitaid impactam cerca de 170 milhões de pessoas no mundo.”

Para a Unitaid, questões como aumento das temperaturas, alterações do clima impulsionam a malária em comunidades.

Somente tuberculose, HIV e malária ainda matam 2,7 milhões de pessoas a cada ano e estão se tornando cada vez mais resistentes a medicamentos, tornando-os mais difíceis de tratar.  A Espanha também prometeu apoiar a entidade da ONU com novos financiamentos. ONU NEWS