Brasil goleia “poderosa” Bolívia e Neymar descobre o óbvio. “Não quer dizer que sou melhor do que Pelé”

Jogador do Al Hilal fez dois gols e superou marca de Pelé em jogos oficiais pela seleção brasileira.

foto - reprodução vídeo youtube

“Não quer dizer que sou melhor”. Essa foi a frase de Neymar ao comentar O FATO de ter superado o REI em número de gols em jogos oficiais pela seleção.  Não é mesmo caro Neymar, e nem nunca vai ser nem a sombra de Pelé. Começo assim, só para deixar claro que a maioria o apoia em seu raro momento de lucidez oral.

Antes de falar da seleção, temos que falar um pouco sobre o que é o futebol hoje.

É verdade; o tempo não pára, e isso vale também para o futebol. O esporte Bretão sofre com os constantes “aprimoramentos” que na medida que acontentam o mercado e telespectadores desavisados, vão tirando a essência do jogo em modo sútil, e perceptível somente a quem acompanha as pelejas há pelo menos 50 anos.

A grama é sintética, a bola é leve demais, e guardadas as devidas proporções, lembra as míticas “dente de leite” da infância dos meninos dos anos 80; quem conhece e chutou uma, sabe. As chuteiras são coloridas, as tais arenas não acomodam mais o povão da periferia que não pode pagar ingressos que custam no mínimo R$ 200. Tem VAR para errar duas vezes, tem plaquinha eletrônica de substituição para criar confusão, tem acréscimos à gosto de quem apita, tem narradores comparando mortais a Deus, e tem um montão de coisas que francamente, só servem ao business e fazem mal ao esporte.

É o que temos, e podem chamar de futebol, mas é preciso falar também do que não temos. Com todos esses instrumentos tecnológicos, nunca mais veremos cobranças de faltas como as de Nelinho, Eder, ZIco e Roberto Dinamite. Não temos craques de verdade, não temos boleiros, temos atletas que são fisicamente mais fortes, mas não temos mais aqueles que chamavam a bola de minha nega, matavam no peito, colocavam no chão, gingavam o corpo, cadenciavam o ritmo, erguiam a cabeça, dominavam a bola sem serem dominados.

Foi com essa correria alucinante e diante de uma inexpressiva seleção que não bateria nem o Londrina, que o Brasil estreou ontem no Mangueirão, que também não é mais aquele Mangueirão de Remo e Paisandu.

Goleou por 5 a 1, e nem poderia ser diferente. Aliás, conseguiu tomar um gol da Bolívia; um gol de um jogador só; que correu, correu e correu, sem ser incomodado por três ou quatro jogadores brasileiros que o viram disparar um petardo da entrada da grande área para fazer o tento de honra. Foi a única vez que os bolivianos incomodaram, e resta O FATO que não foram contidos. Vale lembrar que, a Bolívia só venceu três dos 82 jogos que fez fora de casa em eliminatórias.

Correria e toquezinhos de lado, com muitas firulas inúteis e um Neymar tentando ser adulto sem conseguir, foi o que se viu desde o início do jogo. Logo aos cinco, ele já desabou ao chão quando um boliviano tocou levemente em seu peito o empurrando para trás. Não adianta; é mais forte do que ele, e a torcida do PSG percebeu, por isso decidiu homenagea-lo postumamente com uma faixa na arquibancada para o mundo inteiro ver: “finally rid of the rude”.  Não vale o que ganha, porque ninguém vale, mas é um ótimo produto de mercado desse futebol moderno das SAFs, que paga bem, porque fatura mais ainda.

Sua arrogância, ainda que mascarada, apareceu em modo transparente aos 16 minutos do primeiro tempo. O Brasil tem um pênalti a seu favor; Neymar pega a bola para fazer o gol que abriria o placar da partida; faz paradinha, espera, espera, e como o goleiro não cai, rola a bola levemente para que Viscara lhe mostrar que humildade não faz mal a ninguém.

A partida ainda estava 0 a 0, e se ele fizesse aquele, pelas anotações da FIFA, superaria Pelé no número de gols em jogos oficiais. Não fez, não superou Pelé, que também errou pênaltis, mas nunca em modo tão relapso e irresponsável. Mais tarde, aos 16 do segundo tempo, fez o quarto gol da goleada e imitou Pelé dando murro no ar; é o máximo que pode chegar perto do Rei, na imitação. Aos 48, já com o perro já morto, fez também o quinto.

Pelé fez 77 gols em 91 jogos, Neymar, agora tem 79, mas já jogou 34 partidas a mais do que o Rei.

Pelé, venceu três Copas, Neymar, nenhuma, e o pôr do sol para a carreira dele, é logo ali em 2026.

Sobre o Dizinismo, pouco se viu, e com esse time que está aí, pouco lembra o que consegue fazer com o Fluminense. É mais eficiente porque tem um grupo de jogadores europeus demais; eles sabem obedecer qualquer tática que lhes impõe.

Na próxima partida lá no Peru, que também não é um bichão, a música já vai ser um pouco diferente, depois a seleção receberá a terrível Venezuela, e só depois, vai jogar uma partida de verdade, no Uruguai, contra uma Celeste que não dá mole para ninguém. E se esse teste ainda for pouco, depois vem a Colômbia fora, e enfim os campeões do mundo da Argentina. Será neste momento que o tango vai ter que virar samba. Francamente, não vejo a hora que a era Neymar termine, e gostaria de ver uma seleção com mais jogadores que atuam por aqui na terra brasilis. É incrível como o futebol moderno faz mais mal ao Brasil do que a todas as outras seleções.