A comunidade budista de Maringá convida a todos a participar da Cerimônia de Ohigan de Primavera.
Duas vezes por ano, celebramos o Ohigan. Em termos de astronomia, é no dia do Ohigan que o Sol se ergue diretamente no leste e se põe diretamente no oeste. Desse modo, a duração do dia e da noite são iguais. O Ohigan também representa uma estação nem demasiado quente nem demasiado fria, assim simbolizando o Caminho do Meio do Budismo. Durante muitos séculos, a semana do equinócio (igual duração do dia e da noite) foi escolhida como a Semana do Ohigan, dando-nos a oportunidade de nos reunir no templo, ouvir palestras, prestar algum serviço social, celebrar serviços em memória dos nossos entes queridos falecidos e expressar-lhes nossa gratidão, e, em suma, dar-nos tempo para a auto-reflexão — quem sou eu, qual é a verdade das coisas. Penso que essa é a importância da época do Ohigan e de seus rituais.
Ohigan é uma palavra japonesa: o O é um título honorífico e Higan significa “a outra margem” .
Mas, na verdade, Higan é uma abreviação de Tôhigan, onde Tô significa “atravessar” e como Higan quer dizer “A Outra Margem”, Tôhigan que dizer “atravessar para a outra margem”. Tô é a parte mais significativa da para palavra Tôhigan. Higan, a menos que sejamos muito cautelosos, torna-se um conceito. Mas Tô (atravessar, ir) não é um conceito; é a experiência, é a vivência. Desse modo, o importante é atravessar para a outra margem, e eu gostaria de enfatizar mais o Tô do que o Higan. Ele dizer viver o dia-a-dia. O destino, a meta, o fim, o Higan, acaba por ser alcançado se você dá cada passo no caminho perfeito. Se os meios são perfeitos, é natural que alcancemos o objetivo perfeito. Assim, os meios são mais importantes que o objetivo. Eu não deveria dizer “mais importantes”, pois isso divide os meios e os fins em duas coisas, enquanto que os meios são fins e os fins são os meios. Sabendo-se isso, a palavra Higan torna-se perfeitamente compreensível sem o acréscimo do verbo Tô. Atravessar é a outra margem.