Caso Sevilha: Julgamento entra na fase final

Por Danielle Santos - Sindifisco

Caso Sevilha: Julgamento entra na fase final

foto - reprodução youtube Sindifisco

 

Após 16 dias de início do julgamento, o terceiro e último réu acusado de envolvimento com a morte do Auditor-Fiscal José Antonio Sevilha encerrou seu interrogatório nesta quinta-feira (20). Na noite anterior, ele respondeu a questionamentos do juiz, do Ministério Público e da acusação, sendo interpelado pela defesa e pelos jurados durante toda a manhã desta quinta na Justiça Federal de Maringá.

 

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Ao Conselho de Sentença, o réu detalhou particularidades da vida pessoal e profissional, disse que, embora tenha se formado em Direito, atuou na profissão por menos de um ano e que, na Gemini, empresa investigada pelo Auditor-Fiscal, foi contratado para trabalhar na área administrativa. Por esse motivo, nunca teve acesso a outros departamentos, incluindo contábil e jurídico.

Reforçou ainda que soube dos boatos de furtos nos galpões da empresa em São Paulo e na unidade de Maringá, tendo proposto ao dono da empresa que terceirizasse o trabalho de investigação em cima de funcionários e das suspeitas levantadas. Foi com essa intenção que, segundo ele, teria indicado a empresa de segurança do homem, apontado depois pela Polícia Federal, como sendo o líder dos executores de Sevilha. Ele era policial civil e morreu na prisão quando respondia por outros crimes.

Ainda no período da manhã, os advogados do réu fizeram perguntas com o intuito de demonstrar aos jurados que ele não tinha como ter ciência das intenções dolosas do acusado de ser o mandante do crime, ao apresentá-lo ao dono da empresa de segurança.

A defesa também quis afastar a tese de que o depoente conhecesse o Auditor-Fiscal ou já tinha ouvido falar dele. Ao questioná-lo a respeito, ele disse que não sabia da existência da vítima, tampouco que a Gemini passava por uma investigação da Receita Federal e que trabalhava há poucos meses no local. Outro momento determinante do interrogatório se deu após o acusado dizer que foi procurado pelo ex-chefe pedindo para que mentisse nos depoimentos que seriam feitos após a morte do chefe do setor de Controle Aduaneiro da Receita Federal.

Segundo o interrogado, as investidas duraram um tempo e foram acatadas por estratégia encomendada pela defesa do ex-chefe e empresário, mas ele teria resolvido passar a contar a verdade depois de perceber que poderia entrar em contradição e se prejudicar ainda mais.

 

Encaminhamentos finais

Passado o interrogatório dos réus, o julgamento entra em outra fase, que é a dos debates entre os advogados de defesa e acusação. Para alinhar as estratégias que serão usadas em plenário, eles deram uma pausa na tarde desta quinta (20) e retomaram os trabalhos às 7h30 desta sexta (21).

Nos debates entre acusação e defesa, as partes terão cerca de nove horas para defender suas teses, uma vez que são três réus, cabendo o direito à réplica e tréplica. Depois desse prazo, o juiz faz a leitura dos quesitos que serão postos em votação e perguntará à acusação e à defesa se há algum requerimento ou reclamação a fazer. Também é perguntado aos jurados se eles têm alguma dúvida. Em caso negativo, o juiz convida os jurados, o escrivão, o procurador da República e as defesas para a sala secreta onde haverá a votação. Na sequência, ele proferirá a sentença.

 

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