Uma plataforma de cooperação para fazer avançar o desenvolvimento entre os países de língua portuguesa. A proposta, apresentada em Nova Iorque, na semana passada, sugere uma estrutura informal com troca de experiências numa realidade que vai das Américas à Asia.
O bloco unirá representantes das Nações Unidas em Estados lusófonos que pertencem à Comunidade dos Países de Língua Portuguesa, Cplp. A ONU News conversou com a líder do Sistema ONU em Cabo Verde, a brasileira Patrícia Portela de Souza.
Especialistas nas várias áreas
“Nos unirmos para fortalecer a ação mais conjunta e integrada entre os países da Cplp. O que que a gente espera? Primeiro fortalecer a Cooperação Sul-Sul entre os países, o que já acontece de muitas maneiras. A gente está querendo ajudar a fortalecer essa Cooperação Sul-Sul entre as nações de língua portuguesa, não só os Palop (Países Africanos de Língua Oficial Portuguesa), mas também o Brasil e Timor-Leste. E Portugal vai se unir também a esse grupo, eu tenho certeza. Como a gente pode fortalecer as ações de cooperação entre os países buscar maior cooperação e ainda em relação aos especialistas nas várias áreas.”
Para o caso cabo-verdiano, ela destacou grandes temas que poderão dominar o diálogo e a cooperação de forma concertada entre chefes da ONU em países da Cplp.
“Cabo Verde é um país que universalizou a educação e tem muitas lições que podem ser compartilhadas, assim como também outros temas mais emergentes como o da mudança climática e da resiliência. Como um país como Cabo Verde, com poucos recursos naturais, conseguiu dar boas respostas em várias áreas do desenvolvimento social. E pode também aprender dos países, por exemplo, que conseguiram enfrentar o tema da violência contra as mulheres que é um forte em Cabo Verde. A violência de gênero e a exploração e o abuso sexual contra criança e os adolescentes. Há boas práticas.”
A ONU está presente em todos os países de língua portuguesa e tem uma plataforma de desenvolvimento para oito das nove nações que pertencem à Cplp. No grupo, a única economia considerada desenvolvida é Portugal.
Sistema de Coordenadores Residentes
Na semana passada, uma reunião global de dezenas de representantes de escritórios das Nações Unidas incluiu chefes da ONU em Angola, no Brasil, na Guiné-Bissau, em São Tomé e Príncipe e em Timor-Leste.
As reuniões ocorrem todos os anos na sede da ONU e são presididas pela vice-secretária-geral Amina Mohammed que lidera o Sistema de Coordenadores Residentes, como são chamados os chefes do sistema da ONU nos países.
Este ano, a discussão de concentrou em desafios do clima e o avanço em direção a um futuro mais verde e outros temas relevantes para a promoção do desenvolvimento sustentável no mundo. onu news