Na cidade ucraniana de Nikopol, nas margens do rio Dnieper, as noites são passadas nos automóveis ou em tendas.
Os habitantes têm receio de ficar em suas casas devido aos intensos bombardeamentos das forças invasoras russas sobre esta região que fica a cerca de 10 quilómetros a jusante da central nuclear de Zaporíjia.
Maiia Chernysh e o marido pernoitam em locais que consideram mais seguros, mas todas as manhãs retornam a casa para perceber se ainda está de pé.
“Até agora (a casa) está intacta, cada vez que partimos (Nikopol) ficamos preocupados. Pedimos a Deus… Estou a rezar a Deus, para que possamos voltar à nossa casa intactos, porque algumas pessoas ficaram sem casa. Além disso, os russos estão a bombardear durante a noite, quando as pessoas estão a dormir. No entanto, durante os últimos dias, começaram a bombardear durante o dia”, disse.
Maiia é professora de Matemática e contou que Moscovo intensificou os bombardeamentos na quinta-feira, que coincidiu com início do ano escolar.
Num dos parques da cidade uma ucraniana afirma que as acusações de Moscovo, sobre os ataques de Kiev, não fazem sentido: “Não temos medo da central de Zaporíjia, mas penso nas pessoas que lá estão porque os soldados russos estão a bombardeá-la e a acusar os nossos, mas para os ucranianos não faz sentido bombardeá-la porque a Ucrânia sabe o que Chernobyl foi, e ninguém pensaria sequer em bombardear a central nuclear. Estamos à espera que os soldados russos sejam expulsos de lá”.
Estas crianças ucranianas brincam, mas não muito longe dali, está a central nuclear de Zaporíjia, ocupada pelas forças russas, que segundo a Agência Internacional de Energia Atómica está danificada e novamente desligada da rede elétrica. Euronews