Pneus incendiados e estradas cortadas: o bairro periférico “Puerta 8”, na capital da Argentina, Buenos Aires, foi palco de protestos contra as detenções realizadas pelas autoridades, na sequência da morte de pelo menos 24 pessoas após consumirem cocaína adulterada.
Os manifestantes dizem que os capturados são pequenos traficantes e que os principais culpados continuam em liberdade. Uma mulher, que viu a neta detida, explica que “à volta da [sua] casa há um campo onde vendem drogas” e que aí ninguém intervem e pergunta como vai “pagar um advogado” quando não tem “suficiente para comer”.
Desde a passada quarta-feira, cerca de 200 pessoas acudiram às urgências hospitalares com graves sintomas de intoxicação com uma substância ainda não identificada e que, segundo as autoridades, terá sido usada para cortar a cocaína e aumentar a rentabilidade da droga.
A procuradora federal Monica Cunarro afirma que “o destino da Argentina é a formação de oligopólios de gangues e aquilo a que assistimos é uma pequena imagem do que se vai espalhar pela cidade e província de Buenos Aires, bem como pelo resto do país.”
Todas as vítimas mortais consumiram doses provenientes de um ponto de venda conhecido no bairro “Puerta 8”. As autoridades efetuaram entretanto 13 detenções, incluíndo o chefe de uma rede de tráfico local, conhecido como “El Paisa”, e apreenderam mais de 20.000 doses de cocaína.
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