O coordenador de Assuntos Humanitários da ONU, Martin Griffiths, saudou a entrada de um comboio de ajuda em Gaza neste sábado, a primeira desde o início do conflito desencadeado há duas semanas, após ataques do Hamas contra Israel.
O comboio de 20 caminhões que passou pela fronteira de Rafah com o Egito, inclui suprimentos vitais fornecidos pelo Crescente Vermelho Egípcio e pela ONU.
Negociações intensas
A entrega acontece após dias de negociações profundas e intensas com todas as partes relevantes para garantir que a operação de ajuda a Gaza seja retomada o mais rapidamente possível e com as condições certas.
Os caminhões foram aprovados para cruzar e serem recebidos em Gaza pelo Crescente Vermelho Palestino, com o apoio da ONU.
Griffiths disse estar “confiante de que esta entrega será o início de um esforço sustentável para fornecer suprimentos essenciais, incluindo alimentos, água, medicamentos e combustível ao povo de Gaza, de forma segura, confiável, incondicional e desimpedida”.
Situação humanitária “catastrófica”
A passagem fronteiriça de Rafah é a única aberta com Gaza e centenas de caminhões aguardam ali para levar alimentos, água, medicamentos e outros artigos essenciais para o enclave, onde os suprimentos estão acabando.
Griffiths disse que a precária situação humanitária em Gaza “atingiu níveis catastróficos” desde o início do confronto e é fundamental que a ajuda “chegue às pessoas necessitadas onde quer que estejam em Gaza, e na medida certa”.
“O povo de Gaza suportou décadas de sofrimento. A comunidade internacional não pode continuar decepcionando esta gente”, disse ele.
“Tábua de salvação” em meio à escassez
O diretor-geral da Organização Mundial da Saúde, OMS, Tedros Ghebreyesus, também anunciou que suprimentos médicos da agência cruzaram a fronteira, mas ressaltou que “as necessidades são muito maiores”.
Ele enfatizou a necessidade de passagem segura de comboios adicionais, proteção de todos os trabalhadores humanitários e acesso constante ao auxílio de saúde.
Em um comunicado, a OMS afirmou que os hospitais dentro de Gaza já atingiram o limite devido à escassez e esgotamento de medicamentos e suprimentos médicos, que são uma “tábua de salvação” para pessoas feridas ou que lutam contra doenças crônicas e outras.
Proteção aos trabalhadores humanitários
Em entrevista para a ONU News nesta sexta-feira, a Diretora de Relações Externas da Agência da ONU para Refugiados Palestinos, Unrwa, Tamara Alrifai disse que Gaza precisa de um “fluxo contínuo de ajuda”, juntamente com acesso humanitário seguro que permita que os trabalhadores humanitários cheguem aos necessitados.
“Precisamos ser capazes de enviar nossos caminhões e enviar nosso pessoal e saber que eles não serão mortos, baleados ou capturados nesse meio tempo”, disse ela.
A Unrwa já perdeu 16 dos seus funcionários nos últimos 12 dias.
ONU NEWS