Se o preço do gás sobe de forma estratosférica, deve-se fixar um teto para o preço das importações? Como reagiria o mercado a este idéia, cujos detalhes dividem os 27 Estados-membros?
A presdiência rotativa da União Europeia (UE) admite que vai precisar muita negociação, disse Jozef Síkela, ministro da Indústria e do Comércio da Chéquia, na sexta-feira: “Penso que fixar um teto para o preço do gás é, do ponto de vista do mercado, o caso mais difícil e que precisamos de um pouco mais de elaboração sobre os impactos”.
Admitindo que a solução faria baixar os custos para os consumidores, ainda se discute se deverá ser aplicada a todos os fornecedores ou apenas à Rússia.
Já fixar um preço para todos os fornecedores a nível mundial poderia ser mais eficaz na redução dos custos de energia para os consumidores.
Tal só pode ser concebido numa base de acordo com esses fornecedores e não como uma decisão unilateral da UE. O governo da Noruega, importante parceiro do bloco, já manifestou o seu ceticismo.
“É também importante evitar penalizar os importadores que têm contratos em vigor a um preço potencialmente mais elevado do que aquele que seria fixado para o futuro”, afirmou o consultor.
“Finalmente, é essencial assegurar que se implementa um mecanismo para atrair um volume flexível de gás natural liquefeito. Caso contrário, os exportadores vão virar-se para o Irão e para a Ásia, onde não existe um preço máximo”, concluiu Luca Franza.
Os ministros com a pasta da Energia pediram à Comissão Europeia que estude os detalhes desta intervenção de emergência, temporária, para poderem aprovar uma proposta legislativa antes do final do mês.
“Poder-se-ia argumentar que a Rússia já cortou, de facto ,muito do seu abastecimento à Europa porque os fluxos diminuíram de 400 milhões de metros cúbicos por dia para 80 milhões de metros cúbicos”, explicou à euronews Luca Franza, consultor do Instituto Italiano de Assuntos Internacionais.
“Mas é importante perceber que, em 2022, ainda importamos bastante gás russo e que o estamos a armazenar por toda a Europa. Assim, passar de 80 milhões de metros cúbicos para zero ainda causaria bastante prejuízo”, acrescentou. Euro News