A crônica da partida entre Holanda e Argentina pelas quartas de finais da Copa do Catar é comparável a uma batalha que misturou tática, técnica, raça, força e vontade; até demais. Com apenas 13 segundos já tinha acontecido a primeira falta.
Mas se isso parecia indicar que seria um jogo catimbado e cheio de faltas, com o tempo rolando a bola passou a encontrar mais passes de qualidade, com a Holanda criando mais, mas com a Argentina levando mais perigo ao gol da Laranja.
A primeira finalização válida do primeiro tempo aconteceu aos 20 com Messi, e não foi grande coisa.
Quando as duas seleções perderam o medo e começaram a mostrar o melhor que tinham para dar, começaram a acontecer coisas belas. Messi carrega a bola na intermediária de ataque, do nada enfia uma bola rasteira na grande área holandesa e acha Molina que só teve o trabalho de tirar do goleiro. 90% do foi do Messi.
O resto do primeiro tempo foi equilibrado, mas sem muitas jogadas perigosas de ambos os lados.
A Argentina chegou ao segundo gol aos 27 do segundo-tempo com Messi cobrando pênalti. A jogada que originou o tiro direto foi de Acunha que foi derrubado ao driblar um holandes depois de invadir a área perigosamente.
Messi cobrou o pênalti como quem chuta para o gol vazio. O goleiro nem saiu na foto.
Parecia definida a sorte do jogo, mas faltando oito minutos a Holanda começou a jogar bola na área sulamericana e Wout, 1,95m, meteu a cabeça na bola e diminuiu a distância.
O castigo veio no décimo minuto de acréscimos. A Holanda tinha uma falta a seu favor na da entrada da grande área, o cronômetro marca 99’40”, e foi aí que aconteceu a magia. Jogada ensaiada. A argentina tem cinco na barreira e um deitado atrás dela. Três holandeses formam outra barreira com três homens ao lado da barreira argentina, mas deixam um pouco de espaço entre as duas. Gapko parte para a bola, os jogadores argentinos saltam, mas o Gapko não bate no gol, só rola para o homem que está no centro da barreira, os externos da barreira fazem parede, e Wout que está no meio, recebe, se impõe fisicamente sobre o zagueiro que chega, gira e mete bala para o fundo da rede.
Depois do gol, veio o apito final.
A partida foi para os tempos suplementares e ficou mesmo no 2 a 2.
Na hora dos pênaltis, Messi mais uma vez deu um show e bateu com se não houvesse goleiro. Assim como o Brasil, o Brasil, a Holanda errou dois pênaltis e só não perdeu antes porque Enzo Fernandez desperdiçou o quarto penal da Argentina. Não adiantou nada a Holanda marcar seu terceiro. A quinta cobrança Lautaro Martinez não deu chance e pois a palavra fim na história.
A Argentina enfrenta a Croácia na terça, 13, as 16h no Lusail. Poderia ser contra o Brasil, mas não vai ser.