A Coreia do Norte testou esta segunda-feira o lançamento de um míssil balístico intercontinental, naquele que será o quinto disparo de míssil realizado por Pyongyang em 2023. A confirmar-se, será um recorde de lançamentos, que evidencia os avanços do programa de armamento do regime de Kim Jong-un e a escalada militar na região asiática, indica a agência EFE.
No passado mês de novembro, a Coreia do Norte anunciou o cancelamento de um tratado militar com a Coreia do Sul para reduzir a tensão nas zonas fronteiriças, na sequência das críticas a Pyongyang por ter colocado em órbita o seu primeiro satélie espião.
Nos últimos meses, e em resposta aos avanços do regime de Kim Jong-un, Washington e Seul têm feito passar pela península coreana inúmeros ativos militares, de bombardeiros a porta-aviões, num esforço dissuasor para Pyongyang, que não dá sinais, porém, de abrandar no programa bélico.
Kim Jong-un decidiu ainda reforçar laços com a Rússia e China, que vetaram novas sanções contra o regime e parecem oferecer a Pyongyang algumas garantias de segurança num eventual confronto global.
O exército sul-coreano informou entretanto, a propósito do mais recente lançamento de um míssil intercontinental, que este foi disparado da área de Pyongyang até ao mar do Japão pelas 8:24 (23:24 em Lisboa), tendo caído na água depois de voar cerca de 1.000 quilómetros.
O governo japonês confirmou a hora do lançamento e acrescentou que o míssil caiu fora da Zona Económica Exclusiva do país asiático, a 250 quilómetros a oeste da ilha de Okushiri, junto a Hokkaido, no norte do Japão. O projétil atingiu uma altura máxima de 6.000 quilómetros, acrescentou a mesma fonte.
A agência EFE escreve que, segundo a estimativa nipónica, o projétil teria um alcance potencial de 15.000 quilómetros, o suficiente para chegar à América do Norte, América Central e parte da América do Sul.
“A República da Coreia, Estados Unidos e Japão têm estado preparados para a deteção e seguimento [do lançamento] de maneira conjunta e as três partes partilharam de forma estreita alertas informativos sobre o míssil balístico lançado pela Coreia do Norte”, informou ainda o exército de Seul.
Coreia do Sul, Estados Unidos e Japão informaram recentemente que iriam colocar em funcionamento um sistema para partilha de informação em tempo real sobre os lançamentos de Pyongyang, que parece estar já no ativo, de acordo com a declaração divulgada a propósito do último lançamento, esta segunda-feira.
O próprio presidente sul-coreano, Yoon Suk-yeol, fez referência a este sistema durante a reunião de emergência do Conselho de Segurança Nacional de Seul, que se realizou na manhã de segunda-feira. “Usando o sistema para partilhar informação em tempo real de mísseis da Coreia do Norte, temos de impulsionar uma resposta proativa por parte da República da Coreia, Estados Unidos e Japão”, sublinhou.
Fumio Kishida, o primeiro-ministro do Japão, também condenou mais um disparo da Coreia do Norte, recordando que se trata de “uma violação das resoluções da ONU e uma ameaça para a paz e segurança da região”. EURO NEWS