A pandemia do novo coronavírus (covid-19) não escolhe a Série. Seja na A, na B ou na C, ela já fez vítimas e adiou partidas do Campeonato Brasileiro – aliás, é bom ressaltar, já atrasou o início e achatou o calendário. Com isso, cria-se a expectativa de que, nas próximas rodadas, teremos novas tristes surpresas, com o anúncio de outros casos positivos e o veto a jogadores, alguns certamente titulares.
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Como era bom quando só a arbitragem preocupava e fazia o torcedor mais apaixonado dizer que tinha sido prejudicado por ela num jogo ou outro. Evoluímos para o árbitro de vídeo, o VAR, e ele passou a ser culpado de manipular as imagens para favorecer os “grandes”. Mas nem a arbitragem, nem o VAR, afetavam a saúde ou ameaçavam quem estava dentro ou fora do gramado e no estádio em geral.
A questão é: o Brasileirão voltou na hora certa? E não adianta a gente se basear na volta dos Estaduais, cada um num período diferente. Um campeonato nacional se estende por todos os estados. Nas Séries A e B, são 14 estados, de quatro regiões; na Série C, outros três estados e mais a região Norte, totalizando 17 estados de todas as regiões do país. Considerando que em cada uma delas temos um momento diferente da pandemia, como manter a harmonia no confronto entre equipes de cidades com números em queda e de cidade com números em elevação?
Outro aspecto são os protocolos de segurança, em que bastou a primeira rodada da Série A para a CBF mudar os elaborados por ela. O Goiás, num intervalo inferior a dez dias entre um teste e outro, teve dez jogadores infectados pela covid-19, e teve a partida que faria contra o São Paulo adiada, já com o time tricolor em campo.
Quando o presidente da CBF, Rogério Caboclo, anunciou a volta do Brasileirão, em 05 de julho, o Brasil registrava, em média, 26.051 novos casos e 602 mortes diárias. Nesta segunda-feira (10), o total de infectados foi de 22.048 e os óbitos chegaram a 703. Índices ainda altos, ou alguém discorda disso?
Considerando que a CBF já se manifestou no sentido de que não existe um número mínimo ou máximo de jogadores contaminados para uma partida ser adiada, podemos arriscar dizer que há a possibilidade de a covid-19 mudar o favoritismo de um jogo e afetar a classificação. E, vejam bem, estou falando exclusivamente do aspecto esportivo, que, no momento atual, sem dúvida alguma, nem de longe é o mais importante. Mas apenas saliento que podemos ter, no fim, um campeonato contestado e do qual queiramos nos esquecer.
Pela previsão da CBF, dia 26 começa a Copa do Brasil. Que, ao contrário do Brasileirão, não permite a um time perder um jogo, para se recuperar em outras 37 rodadas. Lá serão jogos eliminatórios. E valendo uma cota de premiação bem maior. Ainda há tempo de se mudar essa programação.
* Por Sergio du Bocage, apresentador do programa “No Mundo da Bola”, da TV Brasil
Corinthians retira três pessoas do jogo contra o Galo por covid-19
Timão estreia no Campeonato Brasileiro nesta quarta, no Mineirão
O Corinthians informou que três pessoas foram retiradas da delegação que viajou para Belo Horizonte, nesta terça-feira (11), por terem testado positivo para a Covid-19. O Timão enfrenta o Atlético-MG, na quarta-feira (12), às 19h15 (horário de Brasília), no Mineirão.
Em um primeiro momento, o clube decidiu não divulgar quem testou positivo para o novo coronavírus e também não especificou se eram funcionários, integrantes da comissão técnica ou atletas. Em nota divulgada em seu site, o Corinthians informou que toda a delegação que participará da partida realizou testes PCR e sorológicos, e tiveram resultado negativo para o vírus.
Mas, no final da tarde, em nova nota, o clube informou “que o zagueiro Gil e o atacante Léo Natel são os dois atletas que tiveram os testes de RT-PCR positivo para a Covid-19 (…). O terceiro membro afastado foi um colaborador que testou inconclusivo no RT-PCR e será submetido a nova testagem”.
Apesar de o confronto com o Atlético-MG ser válido pela segunda rodada do Campeonato Brasileiro, ele marca a estreia do Corinthians na competição. No último sábado (8), a equipe disputou a final do Campeonato Paulista contra o Palmeiras, e acabou ficando com o vice-campeonato após empatar em 1 a 1 com o rival no tempo normal e perder por 4 a 3 nos pênaltis.
No último domingo (9), o Corinthians divulgou nota oficial informando que não faria os testes para a covid-19 no hospital Albert Einstein, parceiro da Confederação Brasileira de Futebol (CBF). De acordo com o comunicado, o Departamento Médico do clube decidiu seguir com exames realizados por um laboratório de confiança utilizado durante a disputa do Campeonato Paulista, uma vez que, segundo a nota, houve falhas e inconsistências nos testes realizados por outras equipes no Hospital Albert Einstein. fonte: Agência Brasil