Portugal cumpre esta segunda-feira o primeiro dia de estado de emergência e os cidadãos que não cumpram as regras impostas, nomeadamente ao toque de recolher obrigatório, incorrem em crime de desobediência.
As punições para quem não respeitar as regras do decreto presidencial e for apanhado pelas forças de segurança podem ir de um a dois anos de prisão ou de 120 a 240 dias de multa, sendo o valor do dia de multa definido pelo tribunal.
De acordo com o decreto publicado este domingo à noite em Diário da República, “as medições podem ser realizadas por trabalhador ao serviço da entidade responsável pelo local ou estabelecimento, não sendo admissível qualquer contacto físico com a pessoa visada, sempre através de equipamento adequado a este efeito, que não pode conter qualquer memória ou realizar registos das medições efetuadas”.
No sábado, na apresentação das medidas deste novo estado de emergência, o primeiro-ministro António Costa lembrou a gravidade da situação durante a primeira vaga de Covid-19 no país, mas sublinhou que agora é pior e vem se agravando.
“Menos de um mês depois temos mais de seis mil novos casos por dia.
As medidas adotadas desde outubro e o ajustamento dos comportamentos não tem sido suficiente para controlar o crescimento da pandemia.
Os números mais preocupantes nesta altura revelam-se nos hospitais, onde há pelo menos 2.522 camas ocupadas (mais 102 do que no sábado), incluindo 378 (+12) nas unidades de cuidados intensivos (UCI).
Incluídos nas medidas do estado de emergência está o reforço de “recursos humanos para apoiar os profissionais de saúde pública e de cuidados de saúde primários nas ações de rastreio e de acompanhamento e vigilância de pessoas em confinamento obrigatório”.
Grécia sofre recorde diário de óbitos
Este domingo ficou marcado na Grécia por um trágico recorde diário: morreram 35 pessoas infectadas pelo novo coronavírus, num dia com mais 1.914 novos casos registados.
Nos hospitais gregos, avança o jornal Ekathimerini, há cerca de 260 “doentes Covid” nos cuidados intensivos, com uma idade média de 66 anos e diversas patologias. Pelo menos 228 estão intubados.
A Grécia, que não foi tão afetada na primeira onda como outros países europeus do Mediterrâneo, já soma 56.698 diagnósticos positivos, incluindo 784 que culminaram em morte.
Suspeitas contra o Governo suíço
Na Suíça estão aumentando as críticas ao governo e até suspeitas de estar em curso uma estratégia oculta de infeção coletiva, noticia esta segunda-feira o jornal 20 Minuten.
Apesar dos altos números de novas infecções, que chegaram a ultrapassar na semana passada os 10 mil diagnósticos positivos diários, o Conselho Federal continua sem adotar medidas desde o final de outubro.
O ativista informático e lusodescendente Hernâni Marques falou ao 20 Minuten sobre as suspeitas e considerou “absolutamente escandaloso se o Conselho Federal estiver a confiar secretamente na contaminação da população”.
O jornal Blick alerta para a saturação das camas de hospital já no final desta semana, a manter-se o ritmo de infecções diárias no país.
O governo helvético mobilizou, entretanto, as forças armadas para reforçar os primeiros cuidados hospitalares e as equipas de testagem, mas os críticos alegam que a solução não está em aumentar os recursos, mas em reduzir a propagação do vírus no país.
Apesar do agravamento da epidemia nestas últimas semanas, outubro terá sido inclusive o pior mês no quadro da pandemia e o número de infetados acaba de ultrapassar os 50 milhões, por toda a Europa continuam os protestos contra as restrições impostas por diversos governos e há quem continue a considerar a epidemia uma farsa.
Fonte: euronews