Crise da Volkswagen da Alemanha

A Volkswagen afirmou, no início de setembro, que não pode excluir o encerramento de fábricas no país de origem e que tem de abandonar uma promessa de proteção dos postos de trabalho em vigor desde 1994.

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A Volkswagen afirmou que são urgentemente necessários cortes significativos nos custos, uma vez que apresentou uma queda acentuada nos lucros do terceiro trimestre. Os representantes dos trabalhadores estão apreensivos com a possibilidade de encerramento, pela primeira vez, de fábricas na Alemanha.

Arne Meiswinkel, membro do conselho de administração da marca Volkswagen e responsável pelos Recursos Humanos, afirmou que “a situação está  piorarando. Estamos preocupados com a evolução da indústria automóvel na Europa e especialmente na Alemanha. Isto também é visível nos últimos relatórios dos nossos concorrentes. O declínio dos resultados trimestrais da marca de automóveis Volkswagen também deixa isso claro”

A empresa apresentou um lucro líquido de 1,58 mil milhões de euros (1,7 mil milhões de dólares) para o período de julho-setembro, ou seja um declínio de 64% em relação aos 4,35 mil milhões de euros (4,7 mil milhões de dólares) obtidos no ano anterior. As receitas foram apenas ligeiramente inferiores, caindo 0,5% para 78,49 mil milhões de euros (85 mil milhões de dólares).

Os números foram divulgados dois dias depois de o presidente da comissão de trabalhadores da Volkswagen ter afirmado que a direção da empresa informou os representantes dos trabalhadores que pretende encerrar pelo menos três fábricas na Alemanha.

De acordo com Arne Meiswinkel, hoje vão ser apresentadas novas ideias ao IG Metall, (o maior sindicato metalúrgico do mundo) para uma segunda ronda de negociações. “Precisamos agora de uma ação conjunta e consistente para encontrar uma solução viável e sustentável no interesse da nossa força de trabalho e da nossa empresa”, refere o responsável pelos RH.

A Volkswagen afirmou, no início de setembro, que com a recessão da indústria automóvel, não pode excluir a hipóteses de encerramento de fábricas no seu país de origem. Por isso, terá de abandonar uma promessa de proteção dos postos de trabalho em vigor desde 1994 (que impedidiria despedimentos até 2029).

Como justificação, a empresa citou fatores como a entrada de novos concorrentes nos mercados europeus e a deterioração da posição da Alemanha como local de produção.

Os fabricantes de automóveis europeus enfrentam uma concorrência cada vez maior dos automóveis elétricos chineses de baixo custo.

A Volkswagen é um dos maiores fabricantes de automóveis do mundo. euro news