O negócio é o seguinte:
O debate entre os candidatos à Presidência da República promovido pelo SBT foi realizado em parceria com CNN, Veja, O Estado de S. Paulo, Nova Brasil FM e Terra neste sábado, 24 de setembro e teve as mulheres como protagonistas.
Simone Tebet (MDB) teve o melhor desempenho porque protagonizou momentos polêmicos de confronto com Bolsonaro (PL) e padre Kelmon (PTB) que atuaram como dupla e fizeram jogo, mas também não perdeu oportunidade para alfinetar o ex-presidente Luís Inácio Lula da Silva, réu de não ter comparecido para se confrontar com os candidatos naquela que pode ter sido a última oportunidade de confronto em rede nacional de tv.
Soraia Thronicke (União Brasil) disse que a ausência de Lula pode ser comparada a um candidato a emprego que falta na entrevista com o selecionador.
Com apoio de Ciro Gomes (PDT) e Felipe D´Avila (NOVO), Soraia e Tebet também criticaram também o Presidente em exercício Jair Bolsonaro sobretudo pelo orçamento secreto e o candidato do PL reagiu dizendo que as senadoras ajudaram a derrubar o veto que ele havia imposto sobre o projeto do orçamento secreto e que elas também foram beneficiadas. “Esse orçamento é prerrogativa do Parlamento e o Governo apenas o executa”, disse Bolsonaro.
Entre os temas mais quentes do encontro, a política no controle de armas, aborto e corrupção.
Foi nesse último quesito que Lula apanhou do início ao fim sem poder se defender. As acusações que pesam sobre ele são sempre as mesmas, e não há FATOs novos que poderiam justificar uma brusca mudança de intenção de voto. Todos os candidatos presentes ao debate atacaram Lula e os governos do PT afirmando que o Brasil não pode se repetir se quiser avançar, e logicamente, aproveitaram para pedir voto ao brasileiro que ainda não se decidiu.
Bolsonaro voltou a chamar Lula de presidiário, algo que no primeiro debate gerou direito de resposta ao ex-presidente, que dessa vez preferiu ficar longe do encontro.
Ninguém pode afirmar que o debate de hoje vai ajudar a mudar o êxito que sairá das urnas no próximo dia 2 de outubro, mas ficou a impressão que a estratégia de Lula de se manter fora do debate pode ter sido prejudicial para ele. O candidato do PT lidera as pesquisas; a última, segunda do grupo Ipec divulgada neste sábado, indica Lula com 46% e Bolsonaro com 37%. Na anterior, Lula tinha 44 e Bolsonaro 35. Ambos cresceram dois pontos e isso realmente pode não significar nada, já que a amostragem desta pesquisa é de apenas 800 entrevistados.
Certo é que Lula cresceu depois do primeiro debate realizado pela TV Band de São Paulo no mês de agosto, mas agora fica a expectativa para as sondagens que serão apresentadas nos próximos dias. Serão as próximas pesquisas que poderão dar indicação sobre as possíveis consequências da não participação de Lula no debate de hoje. Faltam apenas oito dias para o brasileiro ir às urnas no primeiro turno, e em uma campanha assim se sabe; somente FATOs novos podem mudar o rumo do êxito desenhado, mas como se sabe, pesquisa é pesquisa e voto é voto. A soma de votos nulos, brancos e dos que não sabem, toca os 4%, mas essa soma vem caindo, na última pesquisa somava 8%. São esses eleitores que poderão fazer a diferença; gente que leva a sério o direito de manter seu pensamento profundo secreto, sua intenção de voto escondida, pelo menos até o próximo dia 2 de outubro.
E você já decidiu ?
Reflita, escolha e fale através do voto. Não renuncie a este momento em que você e todos os outros brasileiros tem peso igual; O negócio é o seguinte: Na hora do voto, um vale um, e não é o caso de abrir mão de participar.
Boa noite e boa sorte.