A deputada estadual Luciana Rafagnin (PT) voltou esta semana a criticar o fechamento de escolas no Paraná e demonstrou especial preocupação com as sucessivas ameaças que pairam sobre as escolas do campo.
Nesta segunda-feira (04), ela protocolou um requerimento na Assembleia Legislativa do Paraná (Alep) pedindo ao governador Carlos massa Ratinho Júnior (PSD) e ao secretário da Educação, Renato Féder, que revejam a decisão de fechar a Escola Estadual do Campo José de Anchieta, que fica no município de São João, localizada no distrito de Nova Lourdes.
Pela segunda vez, a Secretaria de Estado da Educação (SEED) não autoriza a abertura de novas matrículas para o 6º ano da escola. Os estudantes dessa comunidade rural tiveram de ser remanejados para outra instituição de ensino, distante dez quilômetros dali.
Com isso, de acordo com os relatos que chegam à deputada, há estudantes que precisam percorrer mais de 30 quilômetros diariamente, entre os trajetos de ida e de volta da escola até em casa para poderem estudar.
“Não autorizar a abertura de novas turmas de 6º ano é um caminho direto para o fechamento de vez da escola, assim que os estudantes que hoje estão cursando do 6º ao 9º anos deixarem de frequentar as aulas”, diz a deputada Luciana.
Luciana conversou com o líder do governo, deputado Hussein Bakri, que mais uma vez também assumiu o compromisso de não deixar fechar escolas no Paraná.
Ele informou que se reunirá nesta terça-feira (05) com o Governo para discutir o assunto. Luciana ressalta que o fechamento de escolas do campo, ainda que de forma gradativa como está ocorrendo, coloca em risco o futuro do próprio modo de vida e de trabalho no meio rural.
De acordo com o Censo Agropecuário do IBGE, houve uma redução de 9,5% no número de estabelecimentos rurais nos últimos anos e uma queda de 17,6% na força de trabalho na agricultura familiar.
“Levar a escola para a cidade é mais uma porta que se abre para o distanciamento dos jovens das comunidades rurais da realidade em que vivem”, alerta a deputada. “Ao perder a identificação, até por falta de escolha, fica mais difícil imaginar que, no futuro esses jovens possam ser agentes de transformação em suas comunidades”, completou.